sábado, 23 de novembro de 2019

FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO



O fundamentalismo religioso se baseia não no amor a um Deus, criador de todas as coisas, mas pela idolatria, mas na adoração a uma imagem subjetiva que se tem deste Deus criador de todas as coisas.
Um ateu nega a existência de Deus, portanto não tem o menor interesse de entender a essência de Deus. Uma pessoa religiosa enxerga Deus “pelo lado de dentro”, o que proporciona uma incapacidade de ter uma visão critica de Deus como um todo. Não tem a capacidade de comparar um mundo com Deus e um mundo sem Deus. Um agnóstico não consegue ver “por dentro”, porém tem o privilégio de vê-Lo “por fora”. 
Por definição, ídolo é um "reflexo" de uma divindade que se adora fosse a verdadeira divindade. O que nos ensina as camadas “Escrituras Sagradas” é que Deus só nos revela sobre Ele aquilo que nos é conveniente ser revelado. Também nestas mesmas fontes literária aprendemos que não devemos adorar ídolos. Ora! A bíblia, o torá, o novo testamento e o corão, não são tratados de matemática e lógica. São livros que contam histórias de povos e suas relações com Deus. Contam histórias de profetas e messias (no caso dos cristãos) e seus ensinamentos.
Não me parece coerente a adoração do “personagem Deus”, entre os fundamentalista mulçumanos, nem o “personagem Jesus”, entre os cristãos. Temos que amar como Deus e/ou Jesus Cristo nos ensinou. E o que a bíblia nos ensina? A famosa frase de Jesus Cristo que diz que “devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao Próximo como a nós mesmo” é uma síntese dos dez mandamentos enviados por Deus a Moisés, que se incumbiu de levar ao povo hebreu. 
É impossível definir um substantivo abstrato, pois cada pessoa concebe de sua maneira. Porém, conceitualmente, o amor é um vínculo afetivo imenso, tão profundo, que, quem ama, é capaz de doar a si próprio em sacrifício. O amor é um sentimento, portanto abstrato, porém o objeto do amor deve ser concreto. Senão seria paixão, veneração ou mesmo idolatria.
Que sacrifício Deus quer de seus seguidores? Aqueles que o amam? Para os maometanos, viver uma vida semelhante ao profeta Maomé (Muhamed). Seguir seus ensinamentos. Aprender as lições de Moisés e Jesus Cristo (sim! Maomé considerava Jesus um grande profeta!). E um cristão? Jesus se sacrificou para nos ensinar o caminho da salvação. É esta a boa novidade disseminada pelos seus discípulos. Foi esta a novidade que Paulo pregou: Devemos viver como Cristo! Devemos viver em comunhão e solidariedade um com os outros. Devemos amar o próximo. Devemos ler e meditar sobre o “Sermão da Montanha”. A bem-aventurança, onde Jesus, de forma inspirada, nos ensina o caminho para a salvação.
Consta que Jesus usou um “chicote” para expulsar os “vendilhões do templo”, porém sem agredir ninguém. Isto não justifica afirmar que “Jesus andava armado”. Trata-se mais de uma alegoria para ensinar que princípios não se negociam (ou se vende) e devem ser tratados com rigidez. Armas são instrumentos de ódio e, fundamentalmente, Deus é amor.

sábado, 9 de novembro de 2019

FESTEJAR SIM, MAS... TEMOS MUITO QUE CUMPRIR!

Resultado de imagem para lula livre

     Tive a honra de conhecer a cidade russa de Vogogrado, onde ocorreu uma das mais sangrentas batalhas da Segunda Guerra Mundial. A Batalha de Stalingrado. Estive acompanhado de um historiador russo que participou como aviador, das sangrentas lutas que levou Hitler a sofrer sua primeira grande derrota. Lembrava ele que não foi nesta batalha que a União Soviética e seus aliados venceram a guerra, pois milhões de vidas foram ceifadas até a vitória final, mas que, seguramente, começou aí a grande vitória sobre as forças fascistas.

     Podemos comemorar o voto de minerva do presidente do STF, Dias Toffoli, em sete de novembro, no mesmo dia em que se comemoravam os cento e dois anos da Revolução Russa. Podemos comemorar a saída de Lula da prisão nesta sexta-feira. Podemos cantar, dançar e gritar “Lula Livre”! Poderia até afirmar que foi “um ponto de inflexão” no golpe que começou com a deposição da presidenta Dilma Rousseff, e culminou na prisão de Lula e eleição de Bolsonaro. Mas esta mudança de tendência só pode ser validada através do cumprimento de uma longa agenda de lutas. Primeiramente é preciso declarar a nulidade dos processos contra o Presidente Lula. Existem inúmeros motivos para anular o processo, desde o juízo natural até a suspeição do juiz.

       Precisamos, com urgência, com este novo reforço em nossas fileiras, mitigar o mal que a política econômica de Guedes vem causando ao país. Cessar com toda e qualquer tentativa de tirar novos direitos trabalhistas. Interromper o processo de entrega de nossas estatais. Impedir que mais petróleo brasileiro seja doado para as grandes petroleiras.

         No campo político, precisamos de uma mobilização capaz de eleger os prefeitos comprometidos com as causas populares em quase todas as capitais do país. Em particular do Sul e Sudeste, onde o neofascismo tem suas bases. É evidente que o número de vereadores é importante para dar sustentação às administrações. Vencer em grandes cidades do interior também é importante. Através de um municipalismo forte será possível travar a agenda neoliberal de Paulo Guedes. Até aqui as batalhas ainda estão sendo travadas em nosso próprio território.

    É bom lembrar que o Brasil não esta sendo governados por simples neoliberais. Quem governa o país está entregando nossa soberania a nações estrangeiras. Ao que tudo indica, só será possível expulsar os traidores da pátria através de eleições democráticas para o congresso federal e presidente da República. Então sim! Sairemos de nossas fronteiras e passaremos a lutar em solo inimigo.

       Sempre mirando no horizonte, naquele mesmo ponto onde nasce irradiante a utopia, nosso objetivo estratégico, nosso programa máximo: Um Brasil como uma potencia socialista, irmanado e solidário com toda a América Latina.


sábado, 24 de agosto de 2019

ATENÇÃO: O B R A S I L V O L T O U A S E R C O L Ô N I A ! FOMOS ANEXADO PELO “DEEP STATE”!





Embora poucas pessoas tenham percebido, estamos vivenciando a TERCEIRA GUERRA MUNDIAL. Talvez mais cruel que as duas primeiras. Não tomei chá de cogumelo, nem estou vendo ETs! Eu explico. Mas antes precisamos entender dois conceitos: “Guerra híbrida” e “Deep State”.
Guerra híbrida é uma estratégia militar em que se usam várias táticas de guerras, que além dos métodos convencionais, se utiliza outras táticas como guerra política, guerra econômica, guerra ideológica, ciberguerra, etc. Entram aqui novas formas de batalhas como “fake news” (notícias falsas), “lawfare” (uso da justiça para fins políticos), influência externas em processos eleitorais. Este é o conceito defendido por muitos especialistas e divulgado por de Andrew Kobybko (jornalista do Sputnik News e Analista político). Portanto não foi idealizado por nenhum brasileiro.
Deep State é um termo utilizado, inicialmente nos Estados Unidos e hoje em todo o mundo, para designar a existência de um conluio no sistema político americano e que constitui uma forma de governo oculta paralelamente ao governo eleito. O Deep State é formado, sobretudo, por grandes grupos financeiros e industriais. Ou seja, a governança americana é altamente corrompida!
            Após a falência da União Soviética, o mundo, que era bipolarizado, passou a ter a total hegemonia dos Estados Unidos. Isto durou quase vinte anos. Com o fortalecimente da Comunidade Econômica Europeia, o crescimento acelerado da China e a crise de 2008, os Estados Unidos foram perdendo o protagonismo no mundo. Os americanos estão, aos poucos, perdendo a supremacia econômica e tecnológica no mundo. A multipolaridade está já é uma realidade. A Comunidade Europeia tem um PIB maior que a dos Estados Unidos. A China está chegando lá. A Rússia, que belicamente, é o unico país que pode fazer frente aos Ianques, já se alia à China. O Brasil, a maior economia do Hemisfério Sul, com fronteiras terrestres com quase todos os países da Améica do Sul e marítima com a África Ocidental, tem tudo para ser um destes polos irradiadores.
            Os americamos praticam guerra híbrida com todos os países do mundo que ousam desafiar sua hegemonia. A saída da Granbretanha da Comidade Econômica Europeia, através de um plebiscito, foi fruto de guerra híbrida.
            Não vou entrar em detalhes como o Brasil perdeu a guerra híbrida e se tornou colônia do Deep State. Basta estudar a história do Brasil nos últimos dez anos. Líderes políticos, principalmente do PSDB, ligados ao expresidente FHC, como José Serra, Geraldo Alkmin, e até, por motivos mais pessoais que ideológicos, Aécio Neves, foram valorizados, e, talvez, até financiados pelo Deep State para entregar nossas riquezas e nos tornarmos uma nação satélites do grande país do Norte. O Departamento de Estado amerciano treinou policiais juízes promotores brasileiro com o objetivo de tranformar nossa justiça em uma justiça política. Os seviços de espionagens americanos obtiveram dados detalhados de autoridades brasileira, em particular desembargadores e ministros das altas cortes do nosso país. Daí fazer chantagens foi um pulinho. Através de tecnica de lawfare, tiraram Dilma Roussef da Presidência da República e prenderam o expresidente Lula. Posteriormente com a utilização de fake news elegeram Bolsonaro presidente da república. Nosso presidente pouco representa para o Deep State. O importante é o trabalho desenvolvido pelo Paulo Guedes de entrega da nossa soberania. Este também não é insubstituível.
           O próprio Deep State se encarregará de lançar Sérgio Moro, Jaír Bolsonaro e Paulo Guedes no lixo da história!

domingo, 18 de agosto de 2019

O BRASIL PRECISA MESMO DESMATAR A AMAZÔNIA PARA AUMENTAR A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA?


Distribuição das áreas do Brasil em 2018.






            Eu poderia aproveitar que sou Engenheiro Agrônomo e trazer um monte de informações e conjecturas que seria de difícil entendimento para a maioria das pessoas. Mesmo para aquelas pessoas que tem conhecimento para acompanhar o raciocínio não seria muito ilustrativo. Para responder esta questão nada melhor que pegar alguns poucos dados do IBGE, condensado no gráfico-pizza acima e dar asas à imaginação.

            Afinal precisamos desmatar para aumentar nossa produção agropecuária? Será que não bastaria aumentar a produtividade agrícola e colocar mais gado no pasto? Quando nos informamos pelos órgãos convencionais de mídia percebemos uma guerra de informações. Pois bem!... Acompanhem meu raciocínio.

            Primeiramente acho que seria oportuno informar que a unidade internacional de medida de área para atividade agropecuária é o hectare (símbolo ha - unidade agrícola equivalente a 10.000 m² ou 0,01 km²). O Brasil, como nós aprendemos na escola, tem 8.513.000 km². Ou seja, mais de 850 milhões de hectares.

            Para facilitar os cálculos vamos supor que toda a área plantada no país fosse apenas milho e soja, nossos principais produtos de exportação. O milho tem potencial de produzir acima de dez mil quilogramas por hectares. A soja pode produzir mais de cinco mil quilos em área igual. Mas vamos considerar uma produtividade de 6.000 kg/ha para o milho e 3.500 kg/ha para a soja. Devido ao clima tropical é possível a produção de duas safras por ano. Isto significa que temos um potencial de produzir 9.500 kg/ha ao ano.

Acompanhe comigo! Na pizza acima observamos que 8,31% de toda área do nosso país são utilizadas para atividades agrícolas. Fazendo-se os cálculos encontramos 70.400.000 ha. Multiplicando por 9,5 toneladas chegamos 670 milhões de toneladas de grãos! Estima-se que o Brasil vá produzir 235 milhões de toneladas de grãos de 2019. É evidente que produzimos frutas, hortaliças, algodão, café e outros produtos, mas pode-se dizer que podemos pelo menos dobrar nossa produção agrícola sem derrubar uma só árvore.

            Agora vamos á pecuária. Precisamos produzir também mais carne para exportar, pois commodities é nossa principal pauta de exportação.

            Estima-se que Brasil possua 171 milhões de cabeças de gado, segundo Censo Agropecuário 2017 (IBGE). Estão espalhados em 17,7 % do território nacional ou pouco mais de cento e cinquenta milhões de hectares. Mesmo deixando o gado exclusivamente no pasto, sendo este bem formado, com sais minerais e uma boa fonte de água, podemos através de uma técnica chamada “pastejo rotacionado”, colocar três ou mais cabeças de gado por hectare.

            Pastejo rotacionado é uma técnica simples. Divida o pasto, por exemplo, em dez partes e cerque com arame liso (ou farpado). Cada parte se denomina “piquete”. Deixar o gado pastar em um piquete por três dias, depois passar para outro piquete. E assim por diante. Depois de um mês o gado volta ao primeiro piquete. Deste modo o gado pasta intensivamente uma área, que depois tem vinte e sete dias para se recuperar.

            Se, temos hoje em dia um rebanho de 170 milhões de cabeça de gado, podemos através de uma técnica simples ter a capacidade de suporte de 450 milhões de cabeças! Isto sem derrubar uma só árvore!

            É claro que quando generalizamos muito a margem de erro aumenta muito, mas por mais discrepante que seja os números com a realidade, podemos observar que ainda há uma grande margem de incremento na produtividade na atividade agropecuária, antes de pensarmos em desmatar a Amazônia.





Observação:

            Para ficar completo seria necessário fazer um estudo se há realmente necessidade de atividades madeireira na Amazônia. Até que ponto as áreas sob cultivo de eucalipto são insuficientes para produção de celulose para papel e carvão para siderurgia. Seria possível um aumento do uso de gás de petróleo em siderúrgicas em substituição ao carvão vegetal? Será que ainda é necessária a derrubada de grandes árvores para produção de móveis? Atualmente são raros os móveis de madeira maciça. Uma essência florestal cultivada pode ter seu tronco laminada em uma superfície bem maior que uma tábua oriunda de uma árvore milenar.

sábado, 17 de agosto de 2019

DESMATAR A AMAZÔNIA NÃO FAZ SENTIDO




         Eu poderia escrever sobre este tema como leigo. Um cidadão comum indignado com a eliminação de nossas florestas. Com medo do tão propalado aquecimento global. Mas não. Coloco aqui meu curso de agronomia, com mestrado em Solos e doutorado em melhoramento genético. Não posso me dar ao luxo de escrever um monte de besteiras baseadas no "achismo".

         Primeira coisa que eu tenho a dizer, é que a maioria dos solos da Amazônia são paupérrimos em nutrientes. A exuberância se deve principalmente devido à abundância de água, alta irradiação solar e a quantidade certa de CO2 na atmosfera. O solo é até um fator limitante para o desenvolvimento.

         Qual o segredo que a floresta possui para contornar o problema da falta de nutrientes? Muito simples! A Amazônia (e a Mata Atlântica também) tem muito a nos ensinar sobre economia. As árvores não desperdiçam recursos naturais e nem sujam o meio em que vivem como nós, humanos, costumamos fazer com o nosso lixo. A floresta simplesmente recicla seus nutrientes. As folhas que caem, as árvores que morrem e tudo voltam ao solo e é reaproveitado mais tarde. Tudo com ajuda de pequenos animais, fungos e micro-organismos.

         Agora raciocinem comigo. Cortam-se árvores. Transformam-se em madeira. Exportam para o sul do país. Depois se ateia fogo. O fogo mata os micro-organismos e modifica as estruturas químicas e físicas do solo. Depois se abandona a área. Você acredita que no local vai crescer ali uma floresta exuberante de novo?

         Dane-se a floresta! A Amazônia está muito longe do Sudeste e Sul Brasileiro!

         O curso de agronomia dá uma noção elementar sobre meteorologia e climatologia. Aquela matéria que a gente acha que nunca vai precisar para exercer a profissão. Pois é... Pegue um atlas. Abra em um mapa-múndi onde mostra todas as regiões climáticas da terra. Observe que os trópicos de Capricórnio e de Câncer cortam regiões desérticas ou muita áridas. Menos em um lugar. O interior de São Paulo, Minas Gerais e Paraná deveriam ser desertos. Por que não é?

         Acontece que, ao contrário dos nutrientes do solo, as árvores amazônicas não economizam água. Como têm muita água na Amazônia, as árvores bebem muita água! O clima é equatorial. Muito quente! As árvores transpiram! Transpiram muito. Milhões e milhões de toneladas de água entram na atmosfera através do “suor” das árvores da Amazônia. Uma parte volta em forma de chuva. Outra parte, bem... Quando a terra gira em torno do seu eixo, a atmosfera, por ser gasosa, resiste um pouco. Forma-se um vento em direção ao oeste onde encontra com a Cordilheira dos Andes. Forma-se uma barreira. O vento se desloca para o sul. Quando chega ao sudeste brasileiro, a água transportada pelo vento se condensa e se precipita em forma de chuva. Desta forma se acabarmos com a Amazônia, provavelmente, vamos transformar o Sul e Sudeste brasileiro em um imenso deserto.


quarta-feira, 14 de agosto de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – III: COMO O BRASIL SE CAPITULOU AOS ESTADOS UNIDOS.




            Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perdem, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas,e inferir algumas tendências.

           

COMO ESTÁ O BRASIL ANTUALMENTE

            O Brasil não é um país qualquer. Se é que existem algumas características definem a pujança de um país, eu colocaria população, território e PIB, como as principais características ao lado do IDH. Se formos ranquear a os dez maiores países em relação às três primeiras características, selecionaríamos apenas três. Estados Unidos, China e Brasil. Somos o quinto maior território, a quinta maior população e a nona economia do mundo. (Quando incluímos os dez maiores IDH como quarta característica, nenhum destes países seriam selecionado). Quando se aumenta a amplitude para quinze países, inclui-se a Rússia e a Índia. Verifica-se, deste modo, a importância dos BRICS. Um cartel composto por Brasil, Rússia, Índia e China é um forte contraponto à supremacia estadunidense no mundo.

            Um dos grandes pecados do Brasil é não se preocupar com sua segurança. Um país tão importante não deveria ser tão vulnerável. Sempre nos contentamos com a liderança da América Latina, sem maiores aspirações.  Por outro lado o Atlântico Sul não representa nenhuma forma de ameaça à nossa soberania. Não falo aqui somente do nosso potencial bélico, mas, o que é mais grave, o Brasil é um livro aberto para espionagem internacional. Não só em relação à informação, mas em relação às sabotagens interna. Quase tudo que vem acontecendo na política nos últimos dez anos na política nacional tem o dedo de potências internacionais, em particular dos Estados Unidos. Desde o Impeachment sem crime de responsabilidade da Dilma Rousseff, até a eleição de um presidente alinhado com seus interesses foi meticulosamente planejados pela CIA e pelo capital financeiro norte-americano. Para dizer de forma clara e sucinta o nosso país de capitulou integramente aos interesses estadunidenses.

            Como é do conhecimento de todos nós, a China vem ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos no mundo. A China aliada com a Rússia somada com as suas áreas de influência, equivale à economia Norte-americana.  Os países da Comunidade Europeia somados têm uma economia bem maior que os Estados Unidos. Porém, apenas dois fatores dão aos Estados Unidos o domínio sobre nosso planeta. O potencial bélico e o Dólar como meio de troca internacional. Com relação à moeda, a Europa já tem uma moeda única, o Euro. Russos e Chineses planejam lançar uma moeda conversível. Na tecnologia de armamentos convencionais, os Russos não ficam para trás. Nada impede de a Europa, até por questões pragmáticas, venha a fazer alianças mais robustas com a China e Rússia em detrimento dos interesses Norte-Americanos.

            Durante a década passada até metade desta, o Brasil procurou andar com as próprias pernas, levou consigo a Argentina e a maioria dos países da América do Sul. Chegou à sexta economia do mundo! Os serviços de inteligência estadunidense trataram de sabotar o Brasil, derrubando governo, destruindo grandes empresas de engenharias, construções navais, além de levar uma das prósperas companhias de petróleo, como a Petrobrás, a um colapso.

            Os americanos conseguiram resgatar o Brasil e a América Latina. Mas e agora o que fazer com seu quintal reconquistado? Nos Estados Unidos existem duas alas. Para facilitar darei nomes, que na realidade não lideram os seus grupos. A primeira é a do Trump, que quer a total submissão do Brasil e de nossos vizinhos a seus interesses. Quer para si todos os nossos recursos naturais para ser explorado ao bel prazer. Semelhante ao sistema colonial que vigorou no mundo até a década de setenta. O segundo é o grupo do Clinton, que quer a nossa economia atrelada a deles, mas sem essa de terra arrasada. Eles precisam do nosso mercado. Por outro lado é muito perigoso transformar países com duzentos anos de independência política, em um grupo de colônia do tipo que tivemos na África até meado do século passado. Clinton e sua turma querem países submissos aos interesses estadunidenses, mas não querem economias fracas. Um quintal improdutivo não fortalece a economia, o bom é fazer uma horta e criar galinhas! Para o grupo do Clinton pode ser até interessante acontecimento como a derrota do Macri na Argentina, ou a desmoralização da Lava Jato, pelo americano Glemm Grenwald. Até mesmo Lula Livre, se este não passar dos limites. Isso só eles e a CIA sabem.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

CHEGA DE LUTO E VAMOS A LUTA! AINDA NÃO MATARAM O BRASIL




         Muita gente anda pessimista, chorando pelos cantos, em luto pela morte do nosso país, como nação. ESTÃO MATANDO O BRASIL! Nossa soberania está sendo doada uma potência estrangeira!
             O desenvolvimento de país vinha se tornando uma pedra no sapato para alguns segmentos que dominam a geopolítica mundial (Estou devendo o capítulo III sobre a geopolítica mundial, quando falarei do Brasil). Bolsonaro, a mando de setores mais reacionários da oligarquia financeira internacional. Vem promovendo uma política de terra arrasada, tanto no campo social, econômico e ambiental. A ideia é de não haver país algum! Isto porque, ao contrário da maioria da população, eles sabem no nosso potencial.


               Mas vale a pena lutar. Se conseguirmos reunir as forças progressistas deste país nos próximos três anos poderemos impingir uma derrota clamorosa aos vendilhões da pátria e tomaremos as rédeas do nosso destino em nossas mãos. Mas... depois da “terra arrasada”, o que poderemos fazer.

            O que se pode fazer a curtíssimo prazo? Resistir à agenda neoliberal do atual governo. Devemos estar em estada de manifestação permanente. Denunciar diuturnamente os crimes de lesa pátria perpetrados por esta corja que assaltou o poder. A Petrobrás é nossa! Temos que denunciar a venda do pré-sal, das refinarias, dos gasodutos, da BR distribuidora. Não podemos deixar eles se desfazerem de nosso parque de geração de eletricidade. Não podemos permitir o sucateamento e a posterior privatização das nossas universidades. Entregar a Amazônia, destruir nossas reservas ambientais, exaurir nossos recursos minerais em benefício de potências estrangeiras. São tantas as maldades, que nem o próprio Diabo o quer no Inferno, para não haver concorrência!

            Bom! O que fazer agora? Ajudar a organizar, ou pelo menos engrossar as fileiras nos movimentos contra a reforma da previdência e pela universidade gratuita e de excelência. Devemos tomar uma posição favorável ao impedimento do presidente Jair Bolsonaro. Esta é uma situação real em que um presidente da república deve sofrer um processo de impeachment. No caso de Fernando Collor de Mello o crime de responsabilidade não foi tão obvio. Dilma Rousseff foi deposta sem cometer nenhum crime de responsabilidade. Já, agora, no caso Jair Bolsonaro, os crimes de responsabilidades são flagrantes: racismo, difamação, todo tipo de falta de decoro, como veiculação de vídeos pornográficos, incitação à violência, e tantos outros!
            Para aqueles que dizem que o impedimento do Bolsonaro serve mais àqueles que querem aprofundar a agenda de destruição do país do que ao povo brasileiro porque o Mourão faz parte do grupo, acho que não é bem assim. Bolsonaro pode perder o mandato por um golpe das elites porque as loucuras do presidente estão atrapalhando a destruição do Brasil. Mas se o povo for levado às ruas, levado pelas mãos das forças progressistas, para pedir o impeachment de Bolsonaro, uma nova proposta será levada ao povo no bojo dos movimentos. As dificuldades de Mourão para conduzir a agenda serão bem maiores.
            A campanha do impeachment servirá, também, como uma pré-campanha eleitoral para prefeitos e vereadores no ano que vem. Uma grande vitória das forças progressistas contra as forças imperialistas que estão subjugando nosso país. Nenhum político vive sem a municipalidade. O congresso terá dificuldade de aprovar os muitos pontos do entreguismo nacional.
     Os danos provocados pelo “golpe do impeachment” contra a presidenta Dilma, em 2016, são muito grandes e vai continuar até 2023, o que podemos fazer é mitigar. Porém para as próximas eleições presidenciais e para governadores não podemos perder. E o dia de começarmos fazer campanha de esclarecimento popular foi ontem. É preciso fazer uma grande frente, com um discurso único, para fazer frente ao aparelhamento dos usurpadores do poder. Mobilização permanente. Sempre esclarecer e denunciar o que está havendo no país! Se hoje nossas opiniões parecem esdrúxulas, amanhã será como uma cantiga de grilo.
            Pensando em médio prazo. Se elegermos um bom presidente, uma câmara de maioria progressista (além de uma maioria dos governadores, com suas respectivas assembleias legislativas) será possível não só reverter a atual situação, mas trilharmos um caminho de prosperidade nunca visto. Neste caso trago algumas propostas para reflexão.
            No campo político é indispensável formar uma assembleia nacional constituinte. Com deputados eleitos unicamente para este fim, inelegíveis por quatro anos após a promulgação da nova carta. O congresso poderá revogar muitas das “maldades” do atual governo, estabelecendo uma legislação trabalhista mais justa e a volta de um regime de previdência solidário.
            Porém é na área econômica que o bicho pega! O que foi vendido, quer dizer, doado, dificilmente terá retorno fácil pela via parlamentar. Para voltar a reestatizar setores estratégicos é preciso recuperar a economia do país. Tenho algumas sugestões.
            O setor bancário é a que tem maiores lucro no Brasil há décadas. A especulação financeira é muito rentável no país. Isto acontece porque os bancos pegam os recursos que dispõe (que não foram emprestados para os setores produtivos) depositam no Banco Central. A taxa de juros no país é uma das mais altas do mundo, portanto este dinheiro é bem remunerado. Os empresários do setor produtivo, em particular do setor da indústria, deixaram de pedir empréstimos aos bancos para expandir a produção e passaram a investir no capital financeiro. O setor agropecuário recebe créditos com algum subsidio, ou seja, juros mais baixos. O setor de commodities agradece!  A economia beira a estagnação.
Diante destes fatores, se eu fosse o ministro da economia tomaria as seguintes medidas:
Baixaria a “taxa SELIC” à zero! Ou pelo menos a um valor bem baixo. Não levaria o setor financeiro à falência? Os bancos tem bastante gordura e poderiam (e é esta a ideia) emprestar dinheiro ao setor produtivo.
Obrigaria os bancos a depositar de 70% a 90% no Banco Central, para evitar expansão monetária e, portanto, inflação. Faria um decreto ou projeto de lei, vinculando a máxima taxa de juros aplicada pelos bancos à taxa SELIC. Acima deste valor seria considerado crime de usura. Exemplo: para empréstimos a taxa de juros não poderia exceder oito vezes a taxa SELIC. Para cartões de crédito e limite de cheque especial, dez vezes.
Emitiria dinheiros (Reais) ao longo de algum tempo para pagar as dívidas com os bancos. Isto não causaria inflação? Não. Não porque a ideia não é só diminuir o déficit público e sim capitalizar os bancos para promover empréstimos ao capital produtivo. Com a diminuição da dívida interna, será possível dar incentivo às empresas que fornecem para o mercado interno. Desta forma aumenta-se o consumo dos brasileiros.
Outra ideia seria trocar o padrão Dólar ou ouro, por um pool de commodities: O valor do Real seria determinado por uma média ponderada em equivalência de produtos como milho, soja, carne bovina, petróleo e minério de ferro, por exemplo. Isto se chama “equivalência de produtos”. A coisa não seria aplicada automaticamente. Um “amortecimento sazonal” seria necessário para evitar grandes variações. Se outros países exportadores de commodities vierem a seguir nosso exemplo, os países mais pobres do mundo tenderão a se fortalecer.
Tenho mais a propor, mas vou parar por aqui, pois o artigo está ficando muito extenso. Se continuar vou acabar fazendo a revolução.

domingo, 14 de julho de 2019

ASCENÇÃO DE ADOLF HÍTLER E ELEIÇÃO DE JAIR BOLSONARO - O QUE HÁ EM COMUM?


O nazismo alemão se inspirou no fascismo italiano. Tanto é verdade que Adolf Hitler tinha em Benito Mussolini uma verdadeira veneração. O nazismo foi uma variante de fascismo. “O fascismo fascina!” Fascinou o mundo na primeira metade do século passado. Dominou boa parte da Europa depois da década de vinte. Mais notadamente Itália de Mussolini, Alemanha de Hitler, Espanha de Franco, Portugal de Salazar. Influenciou na política na América do Sul. Argentina de Perón. Brasil de Vargas. E porque não os Estados Unidos de Roosevelt e a União Soviética de Stalin.

Hoje em dia parece muito estranho que povos de países bem desenvolvidos, com tradição em embates políticos, possam ter não só aceito, mais apoiado apaixonadamente regimes fascistas. Este fenômeno pode ser explicado (como em tudo na História) por fatores objetivos (pendengas da primeira grande guerra e a crise de 1929) e fatores subjetivos.

 O apoio popular ao fascismo na Europa não foi por acaso. Já era bem conhecido na época o ditado “a propaganda é a alma do negócio”. Foram elaboradas, de forma científica, propagandas fascistas que eram literalmente uma “lavagem cerebral”. A mais famosa de todas foram os “onze princípios” de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista.

            Não pensem que estes preceitos morreram com o fim no nazismo. Assim como o fascismo os princípios de Goebbels permanecem vivos na mente dos opressores. E, ainda hoje, frequentemente são utilizados, até de forma mais sofisticada. Creio que foi assim que Trump chegou ao poder. Mas não quero falar dos Estados Unidos, no momento.



            Veja como os princípios do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels foi utilizada no Brasil para levar Jair Bolsonaro ao poder:

Os 11 princípios do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels e como foi aplicada no Brasil.

1 - Princípio da simplificação e do inimigo único: Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

O inimigo se chama Luiz Inácio Lula da Silva, e por extensão o seu partido, o PT.
2 - Princípio do contágio: Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.  Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.

            Todos aqueles que que querem LULA LIVRE estão contaminados e devem ser combatidos.

3 - Princípio da Transposição: Transladar todos os males sociais a este inimigo.

Todos os problemas econômicos e sociais que vivenciamos no Brasil atualmente são por pura irresponsabilidade do Lula como Presidente e da Dilma, seu “poste”.

4 - Princípio da Exageração e desfiguração: Exagerar as más noticia até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor.

Se observarmos com frieza, mesmo considerando que sejam verdadeiras as acusações, os delitos de Lula estão longe de representar algo extraordinário em relação ao que são revelados de muitos outros políticos brasileiros.
5 - Princípio da Vulgarização:
Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

Todo ou qualquer discurso a favor de Lula, por mais que expresse a verdade, é noticiado como algo deletério. Quando não há como fazê-lo, utiliza-se da expressão “por outro lado...” para mostrar um ponto negativo, muitas vezes sem relevância.

6 - Princípio da Orquestração: Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial”.

A chamada “fakenews” já era uma velha conhecida dos fascistas! A mesma notícia é repetida dezenas de vezes até leitor ou telespectador aceitar aquilo como verdade.

7 - Princípio da Renovação: Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

A mídia, de um modo geral, massificou e repetiu, incansavelmente, os “crimes” imputado ao Presidente Lula pela Lava Jato, sem deixar a população raciocinar sobre as fragilidades e incongruências das acusações.

8 - Princípio do Verossímil: Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

A mídia é oligopolizada, os principais jornais, revistas e rede de TV, sempre publicam as mesmas notícias, entrevistam com muito mais frequência “analistas” críticos aos governos do PT, do que àqueles que de certa forma apoiaram.
9.-Princípio do Silêncio: Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

Toda informação que ajuda a demonstrar a inocência de Lula. Todas as denúncias de que as conquistas sociais e econômicas dos governos do PT estão sendo destruídas devem ser ignoradas ou divulgadas laconicamente.
10 - Princípio da Transferência:
Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato negativo deve ser lembrado um fato que tenha acontecido antes.

Sempre houver uma notícia negativa sobre o poder atual, que não se possa ignorar, deve-se comparar com algum fato ocorrido nos governos Lula ou Dilma.
11 - Princípio de Unanimidade: Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.

Isto é possível no Brasil, pois a mídia é oligopolizada. É bom lembrar aqui o papel dos anunciantes, que querem que o Brasil entregue suas riquezas aos grupos oligárquicos internacionais.


Agora apresente a defesa de suas ideias na parte reservada às respostas neste Blog.


sábado, 13 de julho de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – II: COMO É O MUNDO ATUAL



          Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perde, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas, e inferir algumas tendências.

           

COMO É O MUNDO ATUAL

Os Estados Unidos, depois da segunda guerra mundial, detinham 40% do PIB do mundo. Hoje são responsáveis por apenas 20%. Todo poderio americano, na atualidade, se baseia em três pontos, o Dólar como moeda internacional, o domínio armamentista e a hegemonia sobre o petróleo no mundo.  Porém a hegemonia americana depois da falência da União Soviética, já está sendo ameaçada. Hoje existem mais dois contrapontos aos desejos ianques. O primeiro representado pela Europa Ocidental, a chamada “zona do Euro”, que curtem uma ressaca desde 2008, da festa neoliberal patrocinada por um consórcio anglo-americano nos anos noventa. O Segundo é o grupo eurasiano, liderado pela China, que durante muitos anos teve um crescimento de dois dígitos e pela Rússia, que ressurge das cinzas da ex-URSS, como uma potência bélica e detentora de grandes reservas de petróleo e gás. Juntam-se a estes dois países, a Índia, o Irã e a Turquia. O Brasil foi convidado e chegou a namorar, mas foi “colocado nos eixos” pelos irmãos do Norte, como veremos no próximo episódio.

O que observamos hoje é o seguinte: os EUA tentam desesperadamente manter sua hegemonia no mundo. Economicamente, a China começa a rivalizar-se. Do ponto de vista bélico, convencional, a Rússia tem mostrado, em alguns combates localizados, que seu poderio pode ser até superior, com armamentos mais modernos. Empresas chinesas de petróleo vêm competindo com as americanas em todos os países que abrem suas fronteiras às empresas estrangeiras. Principalmente em países africanos. Sem esquecer-se da Venezuela. Resta apenas para os americanos a impressão da moeda padrão mundial. O Dólar. Mas por quanto tempo?

A Zona do Euro poderá sofrer uma baixa com a saída da Inglaterra. Os ingleses, sexta economia do mundo, decidiram-se se aliar aos americanos neste jogo de “War”. Sobrou a Alemanha, quarta economia, e França, quinta economia. No Século passado, os alemães foram duas vezes humilhados pelo consócio anglo-americano, em duas grandes guerras. Os germânicos deram a volta por cima. Os franceses sempre tiveram suas rixas com os ingleses. Basta que a Merkel dê lugar a um governo socialdemocrata e os socialistas franceses voltarem ao poder, que haverá grande risco da “zona do euro” se aliar ao “grupo eurasiano”. Então o dólar deixará de ser moeda padrão e será o fim da hegemonia norte-americana no mundo.




quarta-feira, 10 de julho de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – I: COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI.






PROLOGO


            Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

            Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perdem, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas,e inferir algumas tendências.

            Pessoas como Bolsonaro, Moro, Glenn, Lula ou os ministros do STF, que aparecem na mídia como protagonistas de uma queda de braço pelo poder no Brasil, pouco ou nada representa para a geopolítica nacional. Trump, Shi, Clinton e Putin têm uma importância relativa no que vêm acontecer no mundo. Eles são peças colocadas no tabuleiro pelos próprios jogadores, do mesmo jeito que se coloca os peões no “War”.





COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI

           

Os Estados Unidos, depois da segunda guerra mundial, detinha 40% do PIB do mundo. Este fato deu aos americanos uma hegemonia sobre o mundo. O Dólar passou a ser a moeda padrão mundial. A União Soviética, países do Leste Europeu, China e alguns países da Ásia, se alinharam contra esta hegemonia. O mundo se polarizou com ampla vantagem para os EUA e seus satélites europeus (meros satélites!). Ao chamado campo socialista só restava a aposta na falência do sistema capitalista como um todo. Acreditavam que a característica cíclica do capitalismo, poderia levar a uma crise sem volta, muito pior que a crise de 1929. Ocorreu o contrário. A URSS faliu e levou com ela o Leste Europeu. A China levou a cabo uma ideia, que até certo ponto não era inédita. Depois da crise dos mísseis, em Cuba, Nikita Krushev tentou abrir o mercado na União Soviética. A ideia era interessante: se no século XIX países como Estados Unidos e o Brasil, mesmo sendo capitalista, possuíam nichos de escravismo, porque um país socialista não poderia ter nichos capitalistas? A proposta não vingou (o secretário geral do PCUS foi destituído). Parece que Kenedy era simpático à ideia, pois seria o fim da “guerra fria”. Porém parece que não era interessante aos “senhores da guerra”. Não sei se foi este o motivo, mas mataram Kenedy.

Durante a crise do petróleo na década de 70, o Dólar deixou de ter seu lastro em ouro. Nesta década os maiores exportadores de petróleo fundaram um cartel. A OPEP. Os bancos dos países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, aumentaram as taxas de juros, tornando atrativo o investimento no sistema financeiro. Por outro lado os grandes bancos passaram a emprestar dinheiro com facilidade, à juros exorbitantes, para promover o “crescimento do terceiro mundo”. Sabe-se que os governantes eram subornados para tomar estes empréstimos em condições desvantajosas. Estes empréstimos financiou o “milagre brasileiro”, quando o Brasil crescia a dois dígitos por ano.

A dívida externa brasileira passou de três bilhões de dólares em 1964, para quase cem bilhões de dólares em 1979. Os anos oitenta foi uma década de estagnação econômica e inflação altíssima no nosso país. Recorremos ao FMI diversas vezes. Refinanciamos nossa dívida várias vezes. Foram feitos vários ajustes econômico, como o “plano cruzado”, o “plano Bresser”, o “plano Collor”, e finalmente o “plano Real”. Estes planos foram um remédio muito amargo para o povo, pois eram todos recessivos, ou seja diminuía nossa capacidade de crescimento econômico,

Quando houve a falência dos países socialistas da Europa nos anos noventa, os EUA eram responsáveis por apenas 20% do PIB mundial (contra os 40% do pós guerra) e assim perdura até hoje.

Na Europa nascia o Euro e o Parlamento Europeu. Um sonho da social democracia desde o início de século XX. Porém na década de noventa prevaleceu na Europa o neoliberalismo. Os países da Europa Ocidental acreditava que sua nova moeda poderia, com o tempo, competiria com o Dólar. Porém os americanos jamais aceitou que alguma moeda viesse a competir com a sua. Em particular na área de commodities. A Europa vem se acovardando e sua moeda circula praticamente apenas entre os países membros.

A China resolveu “abrir seu capital”, sem largar não do socialismo. A China, que era um país muito fechado, mudou seus paradigmas, e fez o que os Soviéticos não fizeram. Parece que tiveram sucesso, pois hoje é a segunda economia do mundo e ainda mantém um crescimento econômico bem acima da média mundial.


sexta-feira, 21 de junho de 2019

QUEM SABE SEJA INTERESSANTE SOLTAR O LULA? SÓ OS IANQUES SABEM!



O grupo de ciência mais difícil de compreender são as sociais. Para as ciências físicas normalmente basta fazer uso da matemática. Nas ciências biomédicas, muitas vezes a utilização de estatísticas é suficiente. Porém quando falamos de processos históricos, econômicos, sociológicos, ou, pior ainda, sobre geopolítica, o número de vaiáveis é tanta, que a única ferramenta que dispomos é o materialismo histórico. Porém nem mesmo a lógica de Marx pode ser aplicada em um curto período de tempo.
            Inferir o que vai acontecer no Brasil até 2020, quando serão eleitos todos os prefeitos e vereadores neste país, é impossível. Os brasileiros não têm as rédeas do próprio destino. É um país totalmente vulnerável dentro deste universo de informações em que se transformou o mundo. Nem mesmo sabemos se os vazamentos da Intercept é coisa dos russos. Quem sabe dos chineses. Porém mais provável que seja dos americanos. Destas três grandes potências, os que têm mais interesse nos Brasil são os Estados Unidos.
            O Brasil é um país muito importante para viver nesta instabilidade. Nosso país é um dos dez mais. Quinta maior população e território, nono PIB do mundo. Nestes três quesitos, o maior de todo o hemisfério sul, com influência em toda América Latina e costa ocidental da África. Maior reserva de água potável do mundo. Grandes reservas de petróleo e minério de ferro. Está na ponta na exportação de soja, milho e carnes de vários tipos.
            No jogo entre os “donos do mundo”, o Brasil é de suma importância na geopolítica. Para alguns setores do poder de fato Norte-americanos (para se localizarem, poderia indicar os simpatizantes dos democratas de Clinton) o Brasil precisa de maior estabilidade para que se possa traçar uma política global. Para os apoiadores de Trump (um grupo menos coeso, portanto mais fraco) a situação do Brasil é tema irrelevante.
            Portanto, se na virada da segunda década, os peronistas voltarem ao poder na Argentina, Bolsonaro renunciar ou for deposto, e o Mourão assumir. Moro sair do Brasil e for fazer um curso e depois morar nos EUA. E Lula, finalmente, for libertado. Não tenham dúvida que a luta das esquerdas serão fundamentais, mas contará com a ajuda dos irmãos lá do Norte.
            O Brasil tem tudo para ser uma grande potência, só falta ter forças armadas condizentes com o seu tamanho e um sistema de inteligência suficiente, não só para nos proteger, mas também para ficar informado do que passa pela cabeça dos donos do mundo.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A LÓGICA DA LUTA MORO X LULA


            Até parece que o Brasil voltou a ser o país do jogo do bicho. Só que agora só há três bichos: Lula, Marreco e Avestruz. Mas infelizmente tal análise não procede. A biodiversidade neste nosso país, como sabemos, é muito grande para nos restringirmos a estes três animais.

            Nem todos que reconhecem a inocência do Lula são apoiadores de Lula. Nem todos que acham que a Lava Jato é uma farsa são apoiadores do Lula. O Ministro do STF Gilmar Mendes, por exemplo, é um grande crítico de Moro e da Lava Jato, e os petistas o acusam de defender os aliados de Fernando Henrique Cardoso. Existem centenas, senão milhares de outros exemplos.

            Não cabe aos admiradores do trabalho do juiz “Marreco de Maringá”, como Sérgio Moro é apelidado pelos seus opositores, devido sua voz característica, cultuá-lo como um herói. A função de um juiz é o julgamento em cima da análise dos fatos. Trabalho “heroico” pode ser do ministério público, que busca nas profundezes do baú a prova definitiva contra o réu. “Heroica” é a defesa, que vai até o infinito em busca de um álibi para rebater a prova. A mídia, ao longo do tempo, sempre colocou a Lava Jato como uma contenda entre o Juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas... como em um jogo de futebol, uma luta de judô, ou qualquer outro esporte, há mais alguém imprescindível, além dos competidores, sem o qual ninguém pode ser considerado vitorioso. QUEM “APITOU” O JOGO LULA X MORO?

            Moro sempre disse que a ação da mídia era fundamental para o sucesso da Lava Jato. Porém podemos ver que a própria mídia induziu à população um erro de valores. Colocado nas versões conforme foi publicado, só existe um resultado: CULPADO OU INOCENTE LULA SERIA PRESO. Como o juiz Moro se deixou levar pelos meios de comunicação o resultado não poderia ser outro. Sentiu-se lisonjeado aos receber um prêmio das Organizações Globo pelo seu trabalho. Esta disputa, que deveria ser entre Deltan Dallagnol e a defesa de Lula, acabou por ser desviada do sentido original. Prender Lula era uma questão de honra. Se não o prendesse estaria desmoralizado.

            Este raciocínio lógico-matemático nos leva a crer que os vazamentos do jornalista (também premiado) Glenn Grenwald mostrando que o juiz Sérgio Moro foi, na verdade, um acusador faz todo o sentido.

            E o avestruz, onde entra? A figura do avestruz é a parte da população que ficou alheia a tudo. Que teve decepções em suas escolhas políticas. Que nunca entendeu que o “poder corrompe”.

            Fazendo um parêntesis, sabe que não pode existir democracia sem um mínimo de corrupção? A lógica é a seguinte: se a maioria da população que vota é pobre, como um candidato eleito pode governar para os ricos? A corrupção em um país é inversamente proporcional à distribuição de renda. Na Noruega, Suécia, e outros países Nórdicos a corrupção é pequena. Entre os países desenvolvidos os americanos estão entre os mais corruptos. A corrupção é maior em muitos países da América Latina e da África que no Brasil.

            Mas voltando aos avestruzes. Quando a população alienada acordar e entender o que foi a Lava Jato, não obrigatoriamente serão Lulistas ou petistas, mas vão querer reparação de todos os males sociais e econômicos provocado Pela operação Lava Jato.