quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

POLÍCIA MILITAR - UM DINOSSAURO NA SALA



Estou acompanhando, estupefato, a “greve” da Polícia Militar no Ceará! O rei ficou peladíssimo!... Tenho três considerações a fazer.

O título de Senador da República e ex-governador confere muita autoridade, mas não substitui o colete a prova de balas. O que Cid Gomes estava fazendo naquela retroescavadeira? Derrubando o portão do quartel da PM em Sobral? Alguma vez como governador mandou a polícia derrubar o portão de uma escola durante a greve de professores? Além de temerário foi um ato arbitrário! A consequência disso foi levar dois tiros no peito.

A segunda coisa é que policial militar não faz greve. Greve quem faz são trabalhadores civis. Militar faz motim. E isto é crime militar. Bem fez o Governador Camilo Santana, determinar a suspensão de todos os envolvidos no motim e responderão a inquérito policial militar. Governador de estado é o comandante em chefe das polícias militares. Todos os envolvidos têm que ser afastados sumariamente.

A terceira é que a militarização da polícia é algo obsoleto. Sabemos que nossos policiais são mal treinados, mas mesmo que recebessem um bom treinamento não seriam eficientes. A hierarquia rígida e a obediência cega às ordens superiores retira o espírito crítico dos militares de baixa patente, colocando em perigo sua própria vida e a da população civil. O perigo constante leva muito dos policiais militares a se corromperem. Um acordo de cavalheiros com a bandidagem, em curto prazo, poupa os policiais dos bandidos e passam a ter uma “complementação salarial”, porém os colocam como refém. Uma polícia civil, mais técnica, seria muito mais eficiente no combate à criminalidade. As operações poderiam ser planejadas com todo corpo policial, e no momento da ação todos teriam liberdade (porém com responsabilidade) para agir.

E teriam direito a greve.