domingo, 26 de junho de 2022

ALERTA GERAL: BOLSONATO PODE SER REELEITO!

 

 


          Estou afirmando: Bolsonaro pode, sim, ser eleito no voto! As pesquisas que apontam a vitória de Lula no primeiro turno são só para o momento. Com a proximidade das eleições muitos fatores podem mudar. Principalmente na última semana antes do pleito.

Muitos de nós temem um golpe de estado por parte do atual presidente, porém é necessário inúmeros fatores para que isso aconteça. Não é necessário que apenas policiais e militares decidam por uma quartelada. O capital financeiro tem que estar de acordo. As oligarquias financeiras dominam a mídia e a mídia mobiliza ou desmobiliza. Não podemos esquecer que por mais despolitizado que os brasileiros sejam, em período eleitoral a população se mobiliza em torno do tema, tornando-se impossível um golpe sem participação popular. Outro fator é o interesse de Washington na ruptura institucional no Brasil. Nosso país não tem sido muito solidário com a OTAN no caso da guerra na Ucrânia e tem, ultimamente, reforçando os laços com os BRICS.

Os militares, notadamente as polícias militares, podem instalar no país um clima de terror nas vésperas das eleições fazendo que muitos eleitores do Lula não saiam de casa para votar. Principalmente os mais idosos.

Mas o que realmente pode modificar os resultados das urnas é o chamado “voto de cabresto” praticado por milicianos nas mais diversas comunidades carentes de nosso país, reduto natural dos eleitores da chapa Lula-Alkmin e as igrejas pseudo-evangélicas neopentecostais.

Não sei se o Partido dos Trabalhadores está atento o suficiente para pôr em prática um plano de ação para neutralizar a ofensiva bolsonarista feita pelos milicianos próximo das eleições. Acredito que o PT deveria dar todo apoio e assistência aos ativistas nas comunidades na conscientização dos eleitores de que o voto é secreto e que não há como saber como cada um votou.

Bolsonaro não é propriamente um bom candidato para o cristão, havendo muitos argumentos para dissuadir o eleitor a votar nele. Para neutralizar as ações das pseudo-igrejas sugiro que sejam utilizadas frases bíblicas que desautoriza a igreja se posicionar politicamente como “à César o que é de César, à Deus o que é de Deus” (Mt 22:13-17; Mc 12:13-17; Lc20:20-26). Aspectos filosóficos do cristianismo que tem na paz seu argumento: “a arma do cristão é a bíblia!” O caráter laico do Estado Brasileiro, a ponto de não se cobrar impostos sobre dízimos.


domingo, 1 de maio de 2022

HAVERÁ GOLPE NO BRASIL?

BONECO INDIGNADO

Ninguém sabe das surpresas que as diversas correntes políticas, econômicas e sociais estão preparando para as eleições de outubro de 2022.

O nosso presidente de plantão flerta com um golpe de estado. Não se sabe se é apenas uma ameaça para manter seus apoiadores mobilizados ou devaneio de um político que antevê sua derrota nas urnas. Mas pode ser real!

Não é muito difícil que haja tumultos e quebra-quebra visando impedir a realização das eleições. Mas é pouco provável que surta efeito. Um golpe de estado precisa mais do que um simples tumulto! As forças armadas comprarão esta briga do Capetão só para impedir o retorno de Lula?

Falar abertamente sobre quebra institucional dentro das forças armadas é tabu. Sabemos que existem aqui e acolá generais e oficiais conspirando secretamente. Alguns até jogam verde para ver a temperatura, mas por mais que tentem não conhecerão a correlação de forças dentro das tropas. Será que vale a pena arriscar-se a sofrer as consequências de uma insubordinação como expulsão das corporações, prisões e até um processo de traição à pátria por causa de um “pato manco”? Só haverá um golpe militar no Brasil se houver uma força bem maior por trás.

Parece que a burguesia brasileira não está disposta a encarar uma reeleição do atual presidente. Há setores até simpático ao presidente Lula. O cartunista Carlos Latuff, com muita propriedade afirmou recentemente que só haverá golpe de estado no Brasil se for apoiado pelos “Irmãos do Norte”. O jornalista internacional Pepe Escobar, afirmou em entrevista ao 247, que os Ianques aceitam qualquer um, menos Lula. O retorno do Presidente Lula significa a consagração final dos BRICS como uma grande força multipolar, enterrando para sempre a sua já abalada hegemonia mundial. Boa parte das exportações brasileiras serão em Real!

Porém Breno Altman não acredita que a potência estrangeira irá intervir diretamente no Brasil, no máximo uma ajuda discreta. Para o jornalista, porém, Biden não tem nenhuma restrição ao Bolsonaro por apoiar uma tentativa de golpe promovido pelo seu predecessor.

Os Estados Unidos já estão participando de duas guerras com os dois maiores pesos-pesados da geopolítica mundial: A Rússia, através da Ucrânia, e a China, insuflando Taiwan. Só atuarão no Brasil se tiverem certeza de um domínio total, mas o nosso atual presidente é caótico e egocêntrico demais para se submeter. Parece mais fácil subornar o “centrão” durante o novo Governo Lula. Por isso é importantíssimo eleger uma boa bancada federal pró Lula.

Alysson Mascaro, professor da Universidade de São Paulo, acredita que estamos colhendo frutos do golpe de 2016, porém ele acredita que haverá eleições no final do ano, porém com um custo bem elevado. Muitos candidatos de esquerda poderão ser perseguidos, inclusive pela justiça eleitoral.

Ao que tudo indica, não haverá nenhum golpe para impedir a eleição do Presidente Lula, mas haverá intimidação perseguição política contra candidatos que possam dar sustentação ao seu governo.


domingo, 13 de março de 2022

O QUE SIGNIFICA A INTERVENÇÃO RUSSA NA UCRÂNIA PARA O MUNDO?

 



Nós, brasileiros, vivemos no hemisfério sul e no “Novo Continente”. Geograficamente estamos bem distantes do conflito. A maioria de nós não tem a menor noção do porquê desta guerra e do que está acontecendo por lá. Daqui temos uma visão longínqua e unilateral dos fatos. Porém, dentro do nosso país, posso dizer que eu tenho uma vista mais privilegiada dos fatos. Morei cinco anos em Moscou, conheci muitos ucranianos e já visitei Kiev e Lviv.

Quis o destino que eu realizasse meu sonho e infância. Sou pesquisador. Pesquiso tudo! Quero fazer proposições ousadas, com pequena margem de erro.

No xadrez geopolítico do século XXI, a Rússia foi OBRIGADA A INTERVIR NA UCRÂNIA! Outras opções seriam piores. Os países que antes formavam a URSS, atualmente considerados como “democracias burguesas”, e que hoje tem boas relações com a Rússia, vem sendo paulatinamente sabotados pelo Império, de modo que o governo Putin já teve que intervir na Bielorrússia, Armênia e, no ano passado, no Cazaquistão. De outra feita interveio na Síria, contra o Estado Islâmico, a favor do governo daquele país. Deixando os americanos com a broxa na mão.

Estudando um pouco melhor observei que a Europa Ocidental não é um território ocupado pelos Estados Unidos, através da OTAN, como parece. Na realidade, os Estados Unidos e a Europa Ocidental são territórios ocupado por uma organização marginal que podemos chamar de IMPÉRIO. No final do século passado o mundo passou a ser globalizado sob o comando deste Império, após a dissolução da União Soviética. A própria China Comunista parecia não se importar com o Império. Quem não se alinhasse era severamente punido. Com o novo século veio os BRICS, as “Novas Rotas da Seda”, a “parceria Estratégica Rússia/China” e muitos tratados e parcerias internacionais à margem do Império. O protagonismo asiático tornou-se claro. China, Índia e Rússia estão entre as dez maiores economias do mundo. A China hoje é o maior PIB pela paridade do poder de compra do mundo.

Vivenciamos hoje um grande jogo de xadrez em que o IMPÉRIO ECONÔMICO enfrenta as ECONOMIAS NÃO ALINHADAS. Nesta contenda não existe fronteiras nacionais. O primeiro defende a continuidade de uma economia global baseada no Dólar Americano. Já o segundo “jogador” defende a substituição da moeda americana. Porém nenhum dos lados atuam de forma monolítica. Dentro da Comunidade Europeia há quem defenda um maior protagonismo do Euro. China e Rússia possuem grandes reservas em Dólar. Caso a moeda americana entrar em colapso muitas empresas russas e chinesas terão dificuldades.

O Dólar que movimenta a economia do mundo praticamente sozinha desde a segunda guerra mundial hoje é como uma “cocaína” para a economia global. É um vício que vem corroendo as relações econômicas mundiais, de modo que só a emissão e entrada de mais Dólar em circulação alivia suas crises de abstinência. Até quando? Existe cura? Hoje um grande número de doutores em economia se debruça sobre isto, buscando respostas.

Porque não permitir o funcionamento do Nord Stream 2? Este novo gasoduto é mais estratégico para a Europa Ocidental do que para a Rússia. Os Russos já vendem para os chineses e coreanos. E até para o Japão. Enquanto isso 40% do gás consumido na Europa vem da Rússia. O Nord Stream 2 sai de São Petersburgo atravessa o Mar Báltico e Mar do Norte (eu pessoalmente já naveguei por estes mares) até chegar à Alemanha. O Nord Stream 1 (em operação) passa pela Polônia e Ucrânia. Os Russos ainda estão enviando e continuarão enviando gás à Europa Ocidental, desde que estes países não apoiem militarmente a Ucrânia. Porém a Ucrânia poderia fechar o gasoduto para forçar a entrada da OTAN na guerra caso não existisse o Nord Stream 2.

Hoje em dia não há como fazer uma guerra quente entre grandes potências. No momento utilizam-se um método chamado de “guerra híbrida”, onde vale de tudo, até pequenas guerras localizadas como na Ucrânia. Como foi na Síria e no Afeganistão. Guerras comerciais, boicotes, bloqueios comerciais, desinformações (fake News), chantagens, tudo faz parte da guerra híbrida.

Com relação especificamente sobre a Ucrânia, eu descobri que a Putin não tem interesse na rendição da Ucrânia. Quase todos os alvos militares foram destruídos nos primeiros dias da intervenção. O sistema de comunicação das forças armadas ucranianas foi destruído. Hoje os militares praticamente só se comunicam pela internet, obviamente monitorado pela inteligência do exército russo. Praticamente as forças armadas ucranianas foras desbaratadas. A guerra hoje está baseada no desbaratamento de milícias neonazistas como o Batalhão de Azov, entre outras. O que está na mira dos russos são estes grupos paramilitares neonazistas. A guerra se estenderá por vários meses, mesmo que o governo da Ucrânia se renda. A Rússia sabe disso. Putin foi bem claro: “desnazistificação da Ucrânia.”


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

RÚSSIA X UCÂNIA - A OTAN VAI PAGAR PARA VER?

    “É preciso combinar com os russos!” Teria dito Mané Garrincha antes de um jogo da Copa do Mundo de 1958.
            A mídia tradicional vem “denunciando” a Rússia por ter anexado a região de Crimeia e de ingerir em assuntos internos da Ucrânia como fazer parte de uma organização militar como a OTAN.  Tudo será analisado por uma nova ótica neste artigo. Mas antes temos que saber se os russos têm cacife para se contrapor os norte-americanos (e, portanto, a OTAN) em termos bélicos. Este assunto é tratado em dois livros de Andrei Martyanov, ex militar soviético e hoje, consultor do Pentágono sobre o tema Rússia.
            Depois da queda da União Soviética, a indústria bélica americana investiu pouco em novas tecnologia, já que não necessitava de muita sofisticação para enfrentar guerras regionais, notadamente no oriente médio. Na última década do século passado, sob o comando de Boris Yeltsin, a Rússia, em crise, tratou de diminuir o potencial bélico. A China estava muito atrás tecnologicamente na produção de armamentos. Não havia razão para a indústria bélica dos Estados Unidos investir em tecnologia.
            Com a chegada de Putin e Medvedev ao poder a Rússia passou a investir em tecnologia bélica de forma que, segundo Martyanov, em vinte anos ultrapassou, e muito, em termos qualitativos, os Estados Unidos. É verdade que os americanos têm muito mais armamentos espalhados em redor do mundo, mas o russos hoje podem atacar os alvos com precisão cirúrgica, sem serem interceptados. Já o sistema de defesa é capaz de rastrear e impedir a entrada de mísseis lançados a 500 km de distância em todo seu território. Em uma guerra de curto prazo os russos levam vantagem sobre os americanos. Embora se esta suposta guerra se prolongar, os ianques recuperam a vantagem.  Ou seja, Washington e Nova Iorque estão bem mais vulneráveis que Moscou e São Petersburgo em um primeiro momento.
            Agora vamos entender por que os russos tomaram a Crimeia. Esta Região Autônoma pertenceu a Rússia até 1962, quando foi transferida para a Ucrânia por questões de proximidade e logística. Este fato foi aceito com muita naturalidade, pois na época em que Nikita Kruchev (bielorrusso, de nascimento) governava, a Rússia e a Ucrânia faziam parte de um só país. A União Soviética. Com o desmembramento da URSS, a Região Autônoma continuou pertencendo a Ucrânia, sendo que três quartos da população era russa. Depois de muito debate marcaram para 2014 um plebiscito para a população da Crimeia decidir a qual país pertenceria.
            Uma semana antes do plebiscito, o presidente ucraniano foi deposto, acusado de corrupção. Parece que era corrupto mesmo, pois até Putin confirmou. O novo governo cancelou o plebiscito, porém o governador da região autônoma autorizou. O comparecimento foi em massa, mais de noventa por cento votaram e destes noventa e seis por cento foram favoráveis a Rússia. A maioria dos ucranianos da Região, portanto, foram favoráveis.
            A Crimeia foi anexada sem nenhuma reação da população. Há uma base militar russa em Sebastopol, capital da Região, que garantiu a anexação. Porém o governo ucraniano tentou reagir, porém encontrou resistência dentro do próprio país, principalmente na região de Donbass. Através de decreto, o ucraniano tornou-se língua oficial e deixou-se de reconhecer a dupla nacionalidade russo-ucraniano. Isto criou revolta no leste do país, pois a maioria da população falava a língua russa e pertencia a esta etnia. Tomou força um grupo separatista que defendem a anexação pela Rússia.
            Para resolver este impasse, reuniram-se em Minsk representantes da Bielorrússia, Ucrânia, Rússia, França e Alemanha. Decidiram que a região de Dombass, de maioria russa, seriam divididas duas regiões autônomas, pertencentes à Ucrânia. Este acordo não foi implementado até o momento.
            Embora a Rússia venha fornecendo maciçamente passaporte russos aos ucranianos de origem russa (nada estranho: eu como brasileiro posso pedir cidadania italiana, libanesa ou japonesa, devido minha ascendência), não existe nenhuma intenção ou interesse na anexação. Donbass é uma região agrícola, com terras muito férteis, porém sem muita infraestrutura industrial. A maioria dos grãos produzido se destina a própria Rússia e países europeus.
        Faria sentido o Brasil reivindicar parte do Paraguai habitado por sojicultores brasileiros? Há um boato que um movimento neste sentido já ocorreu, quando o Governo do Paraguai apertou o cerco para evitar contrabando de soja para o Brasil através da fronteira. Claro que o Brasil nem o Paraguai levou a sério! Hoje em dia os estados-nacionais perderam o domínio sobre o mercado a ponto de países inimigos entre si fazerem comércio livremente. Um incidente como entre o Brasil e a Bolívia em relação ao Acre não existiria mais hoje em dia.
A Crimeia é estratégica para o Rússia porque proporciona maior domínio sobre o Mar Negro. A Região de Donbass tem pouco interesse estratégico para a Rússia. Para os russos Donbass deve continuar Ucrânia. Até porque é uma garantia de pressão interna em favor dos interesses russos no país vizinho. Como por exemplo a resistência a um futuro ingresso na OTAN. Mesmo porque, de um modo geral, a população ucraniana e russo-ucraniana não são conflitantes.
        Os russos só invadirão a Ucrânia se for confirmado sua entrada na OTAN, ou que seja instalado alguma base militar em seu território. Neste caso a ocupação será medida em dias, senão horas. Não só pela diferença no poderio militar, mas também porque parte da população, neste caso, apoiaria a invasão. Se tropas da OTAN entrar em combate, suas bases correrão perigo de ataques, não só na Europa, mas em todo o mundo. Até nos EEUU!
Aqui entra outros atores na geopolítica. China e Taiwan. Embora a China não reconheça Taiwan como país, existem entre eles intensas relações comerciais. A estratégia da China com relação a região rebelde, não é tomá-la fisicamente em um primeiro momento, mas torná-la dependente economicamente. Até o dia em que os taiwaneses chegarem à conclusão que vale a pena fazer parte da China.
        Porém a China mantém com a Rússia uma parceria estratégico-militar. Não que o país asiático vá brigar com a OTAN na Europa. O bem provável que em caso se iniciar um conflito na Europa a China vá agir no sentido da anexação de Taiwan, deixando os americanos divididos em duas frentes.
Hoje Putin e Xi Jinping se reunirão na China para a abertura das olimpíadas de inverno. O líder chinês reiterou seu apoio incondicional à Rússia na crise com a OTAN e os EUA.
        Os russos afirmam que não aceitarão a expansão da OTAN um milímetro em direção ao seu território. Será que os americanos e europeus vão pagar para ver? Tudo indica que esta crise visa apenas fomentar a venda de armamentos para países do leste europeu. É mais uma grande batalha de Itararé!