sábado, 13 de julho de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – II: COMO É O MUNDO ATUAL



          Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perde, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas, e inferir algumas tendências.

           

COMO É O MUNDO ATUAL

Os Estados Unidos, depois da segunda guerra mundial, detinham 40% do PIB do mundo. Hoje são responsáveis por apenas 20%. Todo poderio americano, na atualidade, se baseia em três pontos, o Dólar como moeda internacional, o domínio armamentista e a hegemonia sobre o petróleo no mundo.  Porém a hegemonia americana depois da falência da União Soviética, já está sendo ameaçada. Hoje existem mais dois contrapontos aos desejos ianques. O primeiro representado pela Europa Ocidental, a chamada “zona do Euro”, que curtem uma ressaca desde 2008, da festa neoliberal patrocinada por um consórcio anglo-americano nos anos noventa. O Segundo é o grupo eurasiano, liderado pela China, que durante muitos anos teve um crescimento de dois dígitos e pela Rússia, que ressurge das cinzas da ex-URSS, como uma potência bélica e detentora de grandes reservas de petróleo e gás. Juntam-se a estes dois países, a Índia, o Irã e a Turquia. O Brasil foi convidado e chegou a namorar, mas foi “colocado nos eixos” pelos irmãos do Norte, como veremos no próximo episódio.

O que observamos hoje é o seguinte: os EUA tentam desesperadamente manter sua hegemonia no mundo. Economicamente, a China começa a rivalizar-se. Do ponto de vista bélico, convencional, a Rússia tem mostrado, em alguns combates localizados, que seu poderio pode ser até superior, com armamentos mais modernos. Empresas chinesas de petróleo vêm competindo com as americanas em todos os países que abrem suas fronteiras às empresas estrangeiras. Principalmente em países africanos. Sem esquecer-se da Venezuela. Resta apenas para os americanos a impressão da moeda padrão mundial. O Dólar. Mas por quanto tempo?

A Zona do Euro poderá sofrer uma baixa com a saída da Inglaterra. Os ingleses, sexta economia do mundo, decidiram-se se aliar aos americanos neste jogo de “War”. Sobrou a Alemanha, quarta economia, e França, quinta economia. No Século passado, os alemães foram duas vezes humilhados pelo consócio anglo-americano, em duas grandes guerras. Os germânicos deram a volta por cima. Os franceses sempre tiveram suas rixas com os ingleses. Basta que a Merkel dê lugar a um governo socialdemocrata e os socialistas franceses voltarem ao poder, que haverá grande risco da “zona do euro” se aliar ao “grupo eurasiano”. Então o dólar deixará de ser moeda padrão e será o fim da hegemonia norte-americana no mundo.




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