domingo, 18 de julho de 2021

QUEM ESTÁ JOGANDO COM O FUTURO DE JAIR BOLSONARO.

 


                 As análises políticas apresentadas pela “grande mídia”, e até mesmo as mídias nem tão grande assim, inclusive as chamadas “mídias de esquerda” são baseadas nos movimentos das personalidades como Bolsonaro e seus asseclas, Omar Aziz, Renan Calheiros e demais membros da CPI da Pandemia, além de membros do STF, Lula e lideranças de esquerdas. Este modo de se informar não da realidade objetiva dos fatos. Uma análise do ponto de vista geopolítico pode nos dá uma melhor noção do que está acontecendo no país. É preciso ter uma visão global e sistêmica do que está acontecendo no Brasil e quis são as tendências.

          Sugiro ler: https://anudezdorei.blogspot.com/2019/07/geopolitica-aos-meus-olhos-i-como.html, https://anudezdorei.blogspot.com/2019/07/geopolitica-aos-meus-olhos-ii-como-e-o.html, https://anudezdorei.blogspot.com/2019/08/geopolitica-aos-meus-olhos-iii-como-o.html

Existem muitos interesses de grupos com relação às eleições gerais no Brasil em 2022. Nosso país é mais importante para a geopolítica mundial do que pensamos nós mesmos, brasileiros. Somos a maior economia do hemisfério sul, com enorme influencia em toda América Latina e África Ocidental. Somos o quinto maior território do mundo, com grande margem para expansão agrícola, e somos a sétima população mundial, com grande potencial de consumo e fornecimento de mão de obra. Desta forma, as eleições gerais no Brasil estão na pauta de diversas forças no mundo (todas difusas, é claro) como a oligarquia financeira internacional, o “Deep State” (estado profundo que defende a ideia da “América para os americanos”) norte-americano, os atlanticistas (que defende os interesses dos países do Atlântico Norte), a “Nova Rota da Seda” (liderada pelos interesses chineses, russos e iranianos, entre outros, com o objetivo de formar a “grande Eurásia”, ou seja, trazer a Europa para os interesses econômicos asiáticos, se distanciando dos Estados Unidos). Lembrando que estas divisões de correlação de forças mundial são artificiais.

          No Brasil participam deste cabo de guerra, os ruralistas de um lado, trabalhadores rurais e produtores familiares de outro. Os grandes capitalistas na área da indústria, financeira e de serviços, além de grandes investidores (especuladores) de um lado e os trabalhadores de outro.
          O capitalismo pode ser simplificado no paradigma, tudo é negócio, tudo é mercadoria. Se formos tomar o sistema capitalista no mundo como uma só entidade, podemos inferir que cada país é uma grande empresa, com seus conselhos (deliberativo, fiscal, etc.) e sua diretoria, sendo que o presidente da república é a figura que gerencia os negócios. Deste modo, mesmo governos de esquerdas como os de Lula e Dilma no Brasil, todas as deliberações tinham como objetivo fortalecer o sistema burguês no Brasil e no mundo. Todo governo em países capitalistas são sempre apoiados por setores da burguesia, mesmo que não haja consenso. Quando um governo vai de encontro às classes dominantes, estes são sumariamente golpeados, como aconteceu com Dilma Rousseff. Em 2018 amplos setores das classes hegemônicas (nem tosos) não queriam a volta do PT à presidência do Brasil. Havia uma extensa pauta entreguista a cumprir, principalmente para beneficiar o decadente capital norte-americano. Na impossibilidade de eleger um candidato visceralmente comprometido com uma agenda entreguista, optou-se por Bolsonaro e seu economista sofrível (até para o sistema) Paulo Guedes.

          Abro parêntesis para dizer que todos os governos nas democracias burgueses são corruptos por definição. Se 99% da população de um país é formado por trabalhadores e pequenos empreendedores, então por que os governos, invariavelmente, governam para os outros 1%. Oportunamente escreverei sobre este assunto com mais detalhes.

          Acontece que Bolsonaro é uma representante do lumpesinato, e estes ascenderam ao poder. Não está fácil a burguesia administrar um Brasil, dividindo o poder com interesses de milicianos e outras excrescências que sempre viveram à margem da sociedade. Em 2022 há duas grandes vertentes: Bolsonaro de novo ou Lula de novo. A um ano das eleições ainda não existe como viabilizar outras opções. Como mexer as peças neste xadrez?

      Se voltarem a prender Lula ou este vier a faltar haverá nova polarização Haddad x Bolsonaro. Se fizerem o impeachment do atual presidente, Lula pode vencer no primeiro turno. A melhor aposta é fazer a popularidade de Jair Bolsonaro cair a ponto de nem chegar ao segundo turno. Desta forma uma terceira via seria possível. Talvez seja este o jogo de Ciro Gomes, que pretende chegar ao segundo turno e vencer com os votos bolsonaristas. De outro lado o sistema quer negociar com Lula algumas concessões em troca de uma mandato tranquilo, fechando com chave de ouro seu currículo de maior estadista do Brasil de todos os tempos.