domingo, 14 de julho de 2019

ASCENÇÃO DE ADOLF HÍTLER E ELEIÇÃO DE JAIR BOLSONARO - O QUE HÁ EM COMUM?


O nazismo alemão se inspirou no fascismo italiano. Tanto é verdade que Adolf Hitler tinha em Benito Mussolini uma verdadeira veneração. O nazismo foi uma variante de fascismo. “O fascismo fascina!” Fascinou o mundo na primeira metade do século passado. Dominou boa parte da Europa depois da década de vinte. Mais notadamente Itália de Mussolini, Alemanha de Hitler, Espanha de Franco, Portugal de Salazar. Influenciou na política na América do Sul. Argentina de Perón. Brasil de Vargas. E porque não os Estados Unidos de Roosevelt e a União Soviética de Stalin.

Hoje em dia parece muito estranho que povos de países bem desenvolvidos, com tradição em embates políticos, possam ter não só aceito, mais apoiado apaixonadamente regimes fascistas. Este fenômeno pode ser explicado (como em tudo na História) por fatores objetivos (pendengas da primeira grande guerra e a crise de 1929) e fatores subjetivos.

 O apoio popular ao fascismo na Europa não foi por acaso. Já era bem conhecido na época o ditado “a propaganda é a alma do negócio”. Foram elaboradas, de forma científica, propagandas fascistas que eram literalmente uma “lavagem cerebral”. A mais famosa de todas foram os “onze princípios” de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista.

            Não pensem que estes preceitos morreram com o fim no nazismo. Assim como o fascismo os princípios de Goebbels permanecem vivos na mente dos opressores. E, ainda hoje, frequentemente são utilizados, até de forma mais sofisticada. Creio que foi assim que Trump chegou ao poder. Mas não quero falar dos Estados Unidos, no momento.



            Veja como os princípios do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels foi utilizada no Brasil para levar Jair Bolsonaro ao poder:

Os 11 princípios do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels e como foi aplicada no Brasil.

1 - Princípio da simplificação e do inimigo único: Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

O inimigo se chama Luiz Inácio Lula da Silva, e por extensão o seu partido, o PT.
2 - Princípio do contágio: Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.  Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.

            Todos aqueles que que querem LULA LIVRE estão contaminados e devem ser combatidos.

3 - Princípio da Transposição: Transladar todos os males sociais a este inimigo.

Todos os problemas econômicos e sociais que vivenciamos no Brasil atualmente são por pura irresponsabilidade do Lula como Presidente e da Dilma, seu “poste”.

4 - Princípio da Exageração e desfiguração: Exagerar as más noticia até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor.

Se observarmos com frieza, mesmo considerando que sejam verdadeiras as acusações, os delitos de Lula estão longe de representar algo extraordinário em relação ao que são revelados de muitos outros políticos brasileiros.
5 - Princípio da Vulgarização:
Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

Todo ou qualquer discurso a favor de Lula, por mais que expresse a verdade, é noticiado como algo deletério. Quando não há como fazê-lo, utiliza-se da expressão “por outro lado...” para mostrar um ponto negativo, muitas vezes sem relevância.

6 - Princípio da Orquestração: Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial”.

A chamada “fakenews” já era uma velha conhecida dos fascistas! A mesma notícia é repetida dezenas de vezes até leitor ou telespectador aceitar aquilo como verdade.

7 - Princípio da Renovação: Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

A mídia, de um modo geral, massificou e repetiu, incansavelmente, os “crimes” imputado ao Presidente Lula pela Lava Jato, sem deixar a população raciocinar sobre as fragilidades e incongruências das acusações.

8 - Princípio do Verossímil: Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

A mídia é oligopolizada, os principais jornais, revistas e rede de TV, sempre publicam as mesmas notícias, entrevistam com muito mais frequência “analistas” críticos aos governos do PT, do que àqueles que de certa forma apoiaram.
9.-Princípio do Silêncio: Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

Toda informação que ajuda a demonstrar a inocência de Lula. Todas as denúncias de que as conquistas sociais e econômicas dos governos do PT estão sendo destruídas devem ser ignoradas ou divulgadas laconicamente.
10 - Princípio da Transferência:
Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato negativo deve ser lembrado um fato que tenha acontecido antes.

Sempre houver uma notícia negativa sobre o poder atual, que não se possa ignorar, deve-se comparar com algum fato ocorrido nos governos Lula ou Dilma.
11 - Princípio de Unanimidade: Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.

Isto é possível no Brasil, pois a mídia é oligopolizada. É bom lembrar aqui o papel dos anunciantes, que querem que o Brasil entregue suas riquezas aos grupos oligárquicos internacionais.


Agora apresente a defesa de suas ideias na parte reservada às respostas neste Blog.


sábado, 13 de julho de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – II: COMO É O MUNDO ATUAL



          Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perde, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas, e inferir algumas tendências.

           

COMO É O MUNDO ATUAL

Os Estados Unidos, depois da segunda guerra mundial, detinham 40% do PIB do mundo. Hoje são responsáveis por apenas 20%. Todo poderio americano, na atualidade, se baseia em três pontos, o Dólar como moeda internacional, o domínio armamentista e a hegemonia sobre o petróleo no mundo.  Porém a hegemonia americana depois da falência da União Soviética, já está sendo ameaçada. Hoje existem mais dois contrapontos aos desejos ianques. O primeiro representado pela Europa Ocidental, a chamada “zona do Euro”, que curtem uma ressaca desde 2008, da festa neoliberal patrocinada por um consórcio anglo-americano nos anos noventa. O Segundo é o grupo eurasiano, liderado pela China, que durante muitos anos teve um crescimento de dois dígitos e pela Rússia, que ressurge das cinzas da ex-URSS, como uma potência bélica e detentora de grandes reservas de petróleo e gás. Juntam-se a estes dois países, a Índia, o Irã e a Turquia. O Brasil foi convidado e chegou a namorar, mas foi “colocado nos eixos” pelos irmãos do Norte, como veremos no próximo episódio.

O que observamos hoje é o seguinte: os EUA tentam desesperadamente manter sua hegemonia no mundo. Economicamente, a China começa a rivalizar-se. Do ponto de vista bélico, convencional, a Rússia tem mostrado, em alguns combates localizados, que seu poderio pode ser até superior, com armamentos mais modernos. Empresas chinesas de petróleo vêm competindo com as americanas em todos os países que abrem suas fronteiras às empresas estrangeiras. Principalmente em países africanos. Sem esquecer-se da Venezuela. Resta apenas para os americanos a impressão da moeda padrão mundial. O Dólar. Mas por quanto tempo?

A Zona do Euro poderá sofrer uma baixa com a saída da Inglaterra. Os ingleses, sexta economia do mundo, decidiram-se se aliar aos americanos neste jogo de “War”. Sobrou a Alemanha, quarta economia, e França, quinta economia. No Século passado, os alemães foram duas vezes humilhados pelo consócio anglo-americano, em duas grandes guerras. Os germânicos deram a volta por cima. Os franceses sempre tiveram suas rixas com os ingleses. Basta que a Merkel dê lugar a um governo socialdemocrata e os socialistas franceses voltarem ao poder, que haverá grande risco da “zona do euro” se aliar ao “grupo eurasiano”. Então o dólar deixará de ser moeda padrão e será o fim da hegemonia norte-americana no mundo.




quarta-feira, 10 de julho de 2019

GEOPOLÍTICA AOS MEUS OLHOS – I: COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI.






PROLOGO


            Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.

            Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da realidade. Quem ganha e quem perdem, neste tabuleiro? Quem comenta são os cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais para isto. Mas é possível colocar algumas premissas,e inferir algumas tendências.

            Pessoas como Bolsonaro, Moro, Glenn, Lula ou os ministros do STF, que aparecem na mídia como protagonistas de uma queda de braço pelo poder no Brasil, pouco ou nada representa para a geopolítica nacional. Trump, Shi, Clinton e Putin têm uma importância relativa no que vêm acontecer no mundo. Eles são peças colocadas no tabuleiro pelos próprios jogadores, do mesmo jeito que se coloca os peões no “War”.





COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI

           

Os Estados Unidos, depois da segunda guerra mundial, detinha 40% do PIB do mundo. Este fato deu aos americanos uma hegemonia sobre o mundo. O Dólar passou a ser a moeda padrão mundial. A União Soviética, países do Leste Europeu, China e alguns países da Ásia, se alinharam contra esta hegemonia. O mundo se polarizou com ampla vantagem para os EUA e seus satélites europeus (meros satélites!). Ao chamado campo socialista só restava a aposta na falência do sistema capitalista como um todo. Acreditavam que a característica cíclica do capitalismo, poderia levar a uma crise sem volta, muito pior que a crise de 1929. Ocorreu o contrário. A URSS faliu e levou com ela o Leste Europeu. A China levou a cabo uma ideia, que até certo ponto não era inédita. Depois da crise dos mísseis, em Cuba, Nikita Krushev tentou abrir o mercado na União Soviética. A ideia era interessante: se no século XIX países como Estados Unidos e o Brasil, mesmo sendo capitalista, possuíam nichos de escravismo, porque um país socialista não poderia ter nichos capitalistas? A proposta não vingou (o secretário geral do PCUS foi destituído). Parece que Kenedy era simpático à ideia, pois seria o fim da “guerra fria”. Porém parece que não era interessante aos “senhores da guerra”. Não sei se foi este o motivo, mas mataram Kenedy.

Durante a crise do petróleo na década de 70, o Dólar deixou de ter seu lastro em ouro. Nesta década os maiores exportadores de petróleo fundaram um cartel. A OPEP. Os bancos dos países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, aumentaram as taxas de juros, tornando atrativo o investimento no sistema financeiro. Por outro lado os grandes bancos passaram a emprestar dinheiro com facilidade, à juros exorbitantes, para promover o “crescimento do terceiro mundo”. Sabe-se que os governantes eram subornados para tomar estes empréstimos em condições desvantajosas. Estes empréstimos financiou o “milagre brasileiro”, quando o Brasil crescia a dois dígitos por ano.

A dívida externa brasileira passou de três bilhões de dólares em 1964, para quase cem bilhões de dólares em 1979. Os anos oitenta foi uma década de estagnação econômica e inflação altíssima no nosso país. Recorremos ao FMI diversas vezes. Refinanciamos nossa dívida várias vezes. Foram feitos vários ajustes econômico, como o “plano cruzado”, o “plano Bresser”, o “plano Collor”, e finalmente o “plano Real”. Estes planos foram um remédio muito amargo para o povo, pois eram todos recessivos, ou seja diminuía nossa capacidade de crescimento econômico,

Quando houve a falência dos países socialistas da Europa nos anos noventa, os EUA eram responsáveis por apenas 20% do PIB mundial (contra os 40% do pós guerra) e assim perdura até hoje.

Na Europa nascia o Euro e o Parlamento Europeu. Um sonho da social democracia desde o início de século XX. Porém na década de noventa prevaleceu na Europa o neoliberalismo. Os países da Europa Ocidental acreditava que sua nova moeda poderia, com o tempo, competiria com o Dólar. Porém os americanos jamais aceitou que alguma moeda viesse a competir com a sua. Em particular na área de commodities. A Europa vem se acovardando e sua moeda circula praticamente apenas entre os países membros.

A China resolveu “abrir seu capital”, sem largar não do socialismo. A China, que era um país muito fechado, mudou seus paradigmas, e fez o que os Soviéticos não fizeram. Parece que tiveram sucesso, pois hoje é a segunda economia do mundo e ainda mantém um crescimento econômico bem acima da média mundial.