sexta-feira, 21 de junho de 2019

QUEM SABE SEJA INTERESSANTE SOLTAR O LULA? SÓ OS IANQUES SABEM!



O grupo de ciência mais difícil de compreender são as sociais. Para as ciências físicas normalmente basta fazer uso da matemática. Nas ciências biomédicas, muitas vezes a utilização de estatísticas é suficiente. Porém quando falamos de processos históricos, econômicos, sociológicos, ou, pior ainda, sobre geopolítica, o número de vaiáveis é tanta, que a única ferramenta que dispomos é o materialismo histórico. Porém nem mesmo a lógica de Marx pode ser aplicada em um curto período de tempo.
            Inferir o que vai acontecer no Brasil até 2020, quando serão eleitos todos os prefeitos e vereadores neste país, é impossível. Os brasileiros não têm as rédeas do próprio destino. É um país totalmente vulnerável dentro deste universo de informações em que se transformou o mundo. Nem mesmo sabemos se os vazamentos da Intercept é coisa dos russos. Quem sabe dos chineses. Porém mais provável que seja dos americanos. Destas três grandes potências, os que têm mais interesse nos Brasil são os Estados Unidos.
            O Brasil é um país muito importante para viver nesta instabilidade. Nosso país é um dos dez mais. Quinta maior população e território, nono PIB do mundo. Nestes três quesitos, o maior de todo o hemisfério sul, com influência em toda América Latina e costa ocidental da África. Maior reserva de água potável do mundo. Grandes reservas de petróleo e minério de ferro. Está na ponta na exportação de soja, milho e carnes de vários tipos.
            No jogo entre os “donos do mundo”, o Brasil é de suma importância na geopolítica. Para alguns setores do poder de fato Norte-americanos (para se localizarem, poderia indicar os simpatizantes dos democratas de Clinton) o Brasil precisa de maior estabilidade para que se possa traçar uma política global. Para os apoiadores de Trump (um grupo menos coeso, portanto mais fraco) a situação do Brasil é tema irrelevante.
            Portanto, se na virada da segunda década, os peronistas voltarem ao poder na Argentina, Bolsonaro renunciar ou for deposto, e o Mourão assumir. Moro sair do Brasil e for fazer um curso e depois morar nos EUA. E Lula, finalmente, for libertado. Não tenham dúvida que a luta das esquerdas serão fundamentais, mas contará com a ajuda dos irmãos lá do Norte.
            O Brasil tem tudo para ser uma grande potência, só falta ter forças armadas condizentes com o seu tamanho e um sistema de inteligência suficiente, não só para nos proteger, mas também para ficar informado do que passa pela cabeça dos donos do mundo.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A LÓGICA DA LUTA MORO X LULA


            Até parece que o Brasil voltou a ser o país do jogo do bicho. Só que agora só há três bichos: Lula, Marreco e Avestruz. Mas infelizmente tal análise não procede. A biodiversidade neste nosso país, como sabemos, é muito grande para nos restringirmos a estes três animais.

            Nem todos que reconhecem a inocência do Lula são apoiadores de Lula. Nem todos que acham que a Lava Jato é uma farsa são apoiadores do Lula. O Ministro do STF Gilmar Mendes, por exemplo, é um grande crítico de Moro e da Lava Jato, e os petistas o acusam de defender os aliados de Fernando Henrique Cardoso. Existem centenas, senão milhares de outros exemplos.

            Não cabe aos admiradores do trabalho do juiz “Marreco de Maringá”, como Sérgio Moro é apelidado pelos seus opositores, devido sua voz característica, cultuá-lo como um herói. A função de um juiz é o julgamento em cima da análise dos fatos. Trabalho “heroico” pode ser do ministério público, que busca nas profundezes do baú a prova definitiva contra o réu. “Heroica” é a defesa, que vai até o infinito em busca de um álibi para rebater a prova. A mídia, ao longo do tempo, sempre colocou a Lava Jato como uma contenda entre o Juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas... como em um jogo de futebol, uma luta de judô, ou qualquer outro esporte, há mais alguém imprescindível, além dos competidores, sem o qual ninguém pode ser considerado vitorioso. QUEM “APITOU” O JOGO LULA X MORO?

            Moro sempre disse que a ação da mídia era fundamental para o sucesso da Lava Jato. Porém podemos ver que a própria mídia induziu à população um erro de valores. Colocado nas versões conforme foi publicado, só existe um resultado: CULPADO OU INOCENTE LULA SERIA PRESO. Como o juiz Moro se deixou levar pelos meios de comunicação o resultado não poderia ser outro. Sentiu-se lisonjeado aos receber um prêmio das Organizações Globo pelo seu trabalho. Esta disputa, que deveria ser entre Deltan Dallagnol e a defesa de Lula, acabou por ser desviada do sentido original. Prender Lula era uma questão de honra. Se não o prendesse estaria desmoralizado.

            Este raciocínio lógico-matemático nos leva a crer que os vazamentos do jornalista (também premiado) Glenn Grenwald mostrando que o juiz Sérgio Moro foi, na verdade, um acusador faz todo o sentido.

            E o avestruz, onde entra? A figura do avestruz é a parte da população que ficou alheia a tudo. Que teve decepções em suas escolhas políticas. Que nunca entendeu que o “poder corrompe”.

            Fazendo um parêntesis, sabe que não pode existir democracia sem um mínimo de corrupção? A lógica é a seguinte: se a maioria da população que vota é pobre, como um candidato eleito pode governar para os ricos? A corrupção em um país é inversamente proporcional à distribuição de renda. Na Noruega, Suécia, e outros países Nórdicos a corrupção é pequena. Entre os países desenvolvidos os americanos estão entre os mais corruptos. A corrupção é maior em muitos países da América Latina e da África que no Brasil.

            Mas voltando aos avestruzes. Quando a população alienada acordar e entender o que foi a Lava Jato, não obrigatoriamente serão Lulistas ou petistas, mas vão querer reparação de todos os males sociais e econômicos provocado Pela operação Lava Jato.

domingo, 16 de junho de 2019

DÓLAR NO MUNDO: ATAQUE E DEFESA


No Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que ocorre anualmente desde 1997 nesta cidade russa, reunindo autoridades de potências emergentes, neste ano de 2019 discutiu-se a questão do Dólar como moeda internacional. Em particular, pelo menos a Rússia e a China estão alternativas para a substituição da moeda americana em transações internacionais.

A história do Dólar Americano como moeda internacional surgiu antes mesmo de terminar a segunda guerra mundial. Em 1944. Nada mais justo, pois naquela época os EUA eram responsáveis por nada menos que 40% do PIB mundial. Atualmente este percentual caiu pela metade, com o agravante que os Estados Unidos abandonaram o padrão ouro na década de 70 do século passado. Os países do mundo vêm aceitando este monopólio dos americanos na emissão de moedas por diversos motivos. Primeiro pelo potencial bélico da maior potência mundial. Quem fala em tirar o Dólar como moeda padrão compra uma briga. Segundo porque a zona do Euro ainda tem dúvida se vale a pena colocar sua moeda competindo com a moeda americana. Pode causar alguma instabilidade ao Euro, segundo alguns especialistas. Terceiro porque não há consenso entre os países sobre a criação de uma moeda internacional independente.

Porém a crise de 2008, que começou com a quebra de bancos nos EUA, devido a inadimplência de financiamento de imobiliário, custou ao erário norte-americano um trilhão de Dólares. Como o Dólar era a moeda internacional, a crise se espalhou por todo o mundo, notadamente nos países europeus. As reservas internacionais, a autossuficiência na produção de petróleo e a política keynesiana na economia durante o governo Lula atenuaram a crise no Brasil.

A crise internacional, provocada por problemas internos dentro dos EUA, já passou, mas a lição ficou. O discurso inflamado de Putin e as mensagens do Vice Primeiro Ministro chinês apontam para o banimento da moeda americana no comércio bilateral, entre as duas potências do oriente, assim como, sempre que possível, evitar fazer transações em dólar no comércio com outros países.

Parece que potências europeias ficaram diplomaticamente quietas. Só assuntando! A zona do Euro não vai ficar muito tempo parado, observando a guerra econômica entre Estados Unidos contra China e Rússia. Os Estados Unidos de Trump se defendem recrudescendo suas garras sobre a América Latina, notadamente Brasil e Argentina. O México é membro do NAFTA. Apesar de todo nacionalismo de Obrero, o México já está no papo há muito tempo!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

A CABEÇA DA SERPENTE


              O país está em crise! Quase todos os setores da economia vêm sofrendo retração. Seja indústria, transporte, comércio, serviços em geral, até mesmo o setor de comunicação. O setor de agronegócio luta para puxar o carro para frente. Porém, não é segredo para ninguém que o setor mais lucrativo no Brasil na atualidade é bancário.

            O país está em crise! Mas, na verdade a raiz da crise não está na economia em si. Esta crise é fabricada politicamente pelos governos. Como?

Por lei, como em todos os países, todos os bancos comerciais depositam durante a noite grande parte de seu dinheiro em caixa no Banco Central (entre 70% a 90%, por exemplo). Este depósito compulsório é necessário para evitar a “expansão monetária”, que não cabe explicar no momento. Para evitar “prejuízo” aos bancos, o governo remunera estes depósitos com o percentual da famosa taxa SELIC, a taxa de juros mais alta do mundo! Desta forma a dívida do governo aumenta exponencialmente.

Com taxas de juros tão altas, os outros setores da economia não teriam prejuízos? Realmente, se levarmos a função social do setor financeiro, quanto maior a taxa de juros, pior para o setor produtivo. Exemplificando como deveria funcionar:

Eu sou um comerciante, dono de um botequim. Vou ao banco e peço um empréstimo para comprar latinhas de cervejas. Peço R$1.000,00 para pagar em trinta dias. Os juros bancários são de 100% (só exemplo). Compro mil latinhas a um Real cada, e vendo em quinze dias a dois reais a lata. Compro mais mil latinhas e vendo-as nos outros quinze dias. No mês arrecadei quatro mil Reais. Dois mil eu pago ao banco, mil Reais utilizo como capital de giro e outros mil Reais é o lucro líquido. Estão acompanhando?

Agora veja como funciona na realidade: Como a taxa de juros está muito alta, o dono do bar não é incentivado mais a pedir empréstimo para expandir seus negócios. Ele aproveita e pega seus mil Reais e aplica no banco, pois a rentabilidade é maior do que ganharia no comércio. Por outro lado ele não fecha seu estabelecimento porque especulação financeira é investimento de risco. Desta forma há uma relação promíscua entre o setor produtivo, que não cresce, mas não chega a ir à falência, e o setor financeiro.

Mas se os empresários do setor produtivo deixam de pedir empréstimo e ainda investem no setor financeiro, onde os bancos arrumam dinheiro para se manter, e ainda remunerar os investidores? Simples! Mantendo a taxa SELIC, do Banco Central do Brasil a mais alta do mundo. Desta forma a economia não cresce e os bancos cada vez têm mais lucros.

Os governos do PT, Lula e Dilma, não tiveram força para mudar este quadro. Na verdade parte deste processo vem de fora do país para dentro, outra parte do problema é que os governos progressistas sempre dividiram o poder com a centro-direita, e o pior com políticos fisiológicos. A Resistência a este estado de coisas culminou no golpe contra Dilma Rousseff e a prisão de Lula.