Imagine um grande jogo de “War”, aquele mesmo
joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os adolescentes costumam consumir
noites. Imagine uma dezena de equipes de jogadores, todas disputando o domínio
do mundo. Equipes que não têm nomes, não representam nenhum território
específico, mas cada uma das equipes têm seus objetivos estratégicos. Pois
é!... Este é o planeta Terra.
Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões
de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores
e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há
aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da
realidade. Quem ganha e quem perde, neste tabuleiro? Quem comenta são os
cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de
onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se
reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais
para isto. Mas é possível colocar algumas premissas, e inferir algumas
tendências.
COMO É O MUNDO ATUAL
Os Estados Unidos, depois da
segunda guerra mundial, detinham 40% do PIB do mundo. Hoje são responsáveis por
apenas 20%. Todo poderio americano, na atualidade, se baseia em três pontos, o
Dólar como moeda internacional, o domínio armamentista e a hegemonia sobre o
petróleo no mundo. Porém a hegemonia
americana depois da falência da União Soviética, já está sendo ameaçada. Hoje
existem mais dois contrapontos aos desejos ianques. O primeiro representado pela
Europa Ocidental, a chamada “zona do Euro”, que curtem uma ressaca desde 2008, da
festa neoliberal patrocinada por um consórcio anglo-americano nos anos noventa.
O Segundo é o grupo eurasiano, liderado pela China, que durante muitos anos
teve um crescimento de dois dígitos e pela Rússia, que ressurge das cinzas da
ex-URSS, como uma potência bélica e detentora de grandes reservas de petróleo e
gás. Juntam-se a estes dois países, a Índia, o Irã e a Turquia. O Brasil foi
convidado e chegou a namorar, mas foi “colocado nos eixos” pelos irmãos do
Norte, como veremos no próximo episódio.
O que observamos hoje é o
seguinte: os EUA tentam desesperadamente manter sua hegemonia no mundo.
Economicamente, a China começa a rivalizar-se. Do ponto de vista bélico,
convencional, a Rússia tem mostrado, em alguns combates localizados, que seu
poderio pode ser até superior, com armamentos mais modernos. Empresas chinesas
de petróleo vêm competindo com as americanas em todos os países que abrem suas
fronteiras às empresas estrangeiras. Principalmente em países africanos. Sem esquecer-se
da Venezuela. Resta apenas para os americanos a impressão da moeda padrão
mundial. O Dólar. Mas por quanto tempo?
A Zona do Euro poderá sofrer uma baixa
com a saída da Inglaterra. Os ingleses, sexta economia do mundo, decidiram-se
se aliar aos americanos neste jogo de “War”. Sobrou a Alemanha, quarta
economia, e França, quinta economia. No Século passado, os alemães foram duas
vezes humilhados pelo consócio anglo-americano, em duas grandes guerras. Os
germânicos deram a volta por cima. Os franceses sempre tiveram suas rixas com
os ingleses. Basta que a Merkel dê lugar a um governo socialdemocrata e os
socialistas franceses voltarem ao poder, que haverá grande risco da “zona do
euro” se aliar ao “grupo eurasiano”. Então o dólar deixará de ser moeda padrão
e será o fim da hegemonia norte-americana no mundo.
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