PROLOGO
Imagine
um grande jogo de “War”, aquele mesmo joguinho de tabuleiro e peõezinhos que os
adolescentes costumam consumir noites. Imagine uma dezena de equipes de
jogadores, todas disputando o domínio do mundo. Equipes que não têm nomes, não
representam nenhum território específico, mas cada uma das equipes têm seus
objetivos estratégicos. Pois é!... Este é o planeta Terra.
Este jogo é assistido e vivido por mais de sete bilhões
de espectadores. E assim como em qualquer evento esportivo, existem narradores
e comentaristas. Nem sempre com muito critério. Estas são as mídias. Mas há
aqueles que são mais exigentes, e querem ter uma visão mais próxima da
realidade. Quem ganha e quem perdem, neste tabuleiro? Quem comenta são os
cientistas política e suas análises se denominam geopolíticas. A análise de
onde e para onde o mundo caminha é necessário uma abstração impossível de se
reproduzir nos melhores cérebros do mundo. Nem existem sistemas computacionais
para isto. Mas é possível colocar algumas premissas,e inferir algumas
tendências.
Pessoas
como Bolsonaro, Moro, Glenn, Lula ou os ministros do STF, que aparecem na mídia
como protagonistas de uma queda de braço pelo poder no Brasil, pouco ou nada
representa para a geopolítica nacional. Trump, Shi, Clinton e Putin têm uma
importância relativa no que vêm acontecer no mundo. Eles são peças colocadas no
tabuleiro pelos próprios jogadores, do mesmo jeito que se coloca os peões no
“War”.
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI
Os Estados Unidos, depois da
segunda guerra mundial, detinha 40% do PIB do mundo. Este fato deu aos
americanos uma hegemonia sobre o mundo. O Dólar passou a ser a moeda padrão
mundial. A União Soviética, países do Leste Europeu, China e alguns países da
Ásia, se alinharam contra esta hegemonia. O mundo se polarizou com ampla
vantagem para os EUA e seus satélites europeus (meros satélites!). Ao chamado
campo socialista só restava a aposta na falência do sistema capitalista como um
todo. Acreditavam que a característica cíclica do capitalismo, poderia levar a
uma crise sem volta, muito pior que a crise de 1929. Ocorreu o contrário. A
URSS faliu e levou com ela o Leste Europeu. A China levou a cabo uma ideia, que
até certo ponto não era inédita. Depois da crise dos mísseis, em Cuba, Nikita
Krushev tentou abrir o mercado na União Soviética. A ideia era interessante: se
no século XIX países como Estados Unidos e o Brasil, mesmo sendo capitalista,
possuíam nichos de escravismo, porque um país socialista não poderia ter nichos
capitalistas? A proposta não vingou (o secretário geral do PCUS foi
destituído). Parece que Kenedy era simpático à ideia, pois seria o fim da “guerra
fria”. Porém parece que não era interessante aos “senhores da guerra”. Não sei
se foi este o motivo, mas mataram Kenedy.
Durante a crise do petróleo
na década de 70, o Dólar deixou de ter seu lastro em ouro. Nesta década os
maiores exportadores de petróleo fundaram um cartel. A OPEP. Os bancos dos países
desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, aumentaram as taxas de juros,
tornando atrativo o investimento no sistema financeiro. Por outro lado os
grandes bancos passaram a emprestar dinheiro com facilidade, à juros
exorbitantes, para promover o “crescimento do terceiro mundo”. Sabe-se que os
governantes eram subornados para tomar estes empréstimos em condições
desvantajosas. Estes empréstimos financiou o “milagre brasileiro”, quando o
Brasil crescia a dois dígitos por ano.
A dívida externa brasileira
passou de três bilhões de dólares em 1964, para quase cem bilhões de dólares em
1979. Os anos oitenta foi uma década de estagnação econômica e inflação
altíssima no nosso país. Recorremos ao FMI diversas vezes. Refinanciamos nossa
dívida várias vezes. Foram feitos vários ajustes econômico, como o “plano
cruzado”, o “plano Bresser”, o “plano Collor”, e finalmente o “plano Real”.
Estes planos foram um remédio muito amargo para o povo, pois eram todos
recessivos, ou seja diminuía nossa capacidade de crescimento econômico,
Quando houve a falência dos
países socialistas da Europa nos anos noventa, os EUA eram responsáveis por
apenas 20% do PIB mundial (contra os 40% do pós guerra) e assim perdura até
hoje.
Na Europa nascia o Euro e o
Parlamento Europeu. Um sonho da social democracia desde o início de século XX.
Porém na década de noventa prevaleceu na Europa o neoliberalismo. Os países da
Europa Ocidental acreditava que sua nova moeda poderia, com o tempo, competiria
com o Dólar. Porém os americanos jamais aceitou que alguma moeda viesse a
competir com a sua. Em particular na área de commodities. A Europa vem se
acovardando e sua moeda circula praticamente apenas entre os países membros.
A China resolveu “abrir seu
capital”, sem largar não do socialismo. A China, que era um país muito fechado,
mudou seus paradigmas, e fez o que os Soviéticos não fizeram. Parece que
tiveram sucesso, pois hoje é a segunda economia do mundo e ainda mantém um
crescimento econômico bem acima da média mundial.
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