quarta-feira, 15 de novembro de 2023

ESTADO DE ISRAEL – O PECADO ORIGINAL

 


Tudo começou quando um jornalista judeu húngaro Theodor Herzl liderou uma campanha internacional para criar uma Estado Judaico na última década do sec. XIX. Sob o lema “uma terra sem povo para um povo sem terra”, iniciou-se, assim o movimento sionista, uma alusão ao Monte Sião na Palestina.

Não podemos confundir “semita” com “sionista”. Semita cientificamente designa um ramo linguístico (que inclui hebraico, aramaico e árabe) ou uma etnia (árabes e hebreus). Hoje é utilizado para designar os judeus, em geral. Sionismo é uma ideologia, que, inclusive, não tem unanimidade entre os judeus. Portanto não se pode confundir “antissionista” com “antissemita”, sendo esta última uma forma de racismo.

O principal argumento histórico para o antissemitismo é que foram “os judeus quem mataram Jesus Cristo”. Embora esta afirmação esteja longe da realidade, pois o próprio Jesus era judeu. Soma-se a isto o fato que quase todos os seguidores do Messias, quando vivo, também tinham origem hebraica.

O antissemitismo, desde a diáspora ocorrida no sec. I AC, sempre esteve presente nas civilizações ocidentais. Na idade média os judeus eram discriminados não só por não professarem a religião predominante na Europa, como pela tendência de se segregarem. Porém eram tolerados devido às suas atividades financeiras. No cristianismo não se poderia emprestar dinheiro à juros, o que se considerava pecado de usura. Por outro lado, na religião judaica tal ato era permitido. Assim os judeus tornaram-se os precursores dos banqueiros.

Esta situação mudou com a Revolução Industrial, quando os cristãos passaram a concorrer com os judeus na atividade financeira. Os judeus passaram a ser expulsos da Europa Ocidental, onde a atividade mercantil estava mais desenvolvida e tiveram que migrar para a Europa Oriental e Rússia, onde o capitalismo ainda era insipiente.

Após o início da “Idade Contemporânea” (depois da Revolução Francesa) a intolerância religiosa começou a diminuir em toda a Europa, porém o mesmo não ocorreu contra os judeus. É bom recordar que os judeus vivam em guetos, separados da população local, e falavam um idioma próprio, o ídiche. Eles eram considerados arrogantes pelas populações nativas, por se considerar o único povo eleito por Deus. Frequentemente as populações se reuniam para fazer verdadeiros massacre nos guetos judaicos. Eram os chamado “pogrom”. Não poupavam nem mulheres nem crianças! Tudo porque os “judeus mataram Jesus”!

No início do século XX era clara a intenção dos governos europeus de expulsarem os judeus. Cabe esclarecer que as ideias de Theodor Herzl não visavam levar o povo judeu de volta para a Palestina. Uma “terra sem povo” se referia a lugares desabitados com a Patagônia, Amazônia ou a Sibéria.

Durante a Primeira Guerra Mundial, onde os Ingleses, Italianos e Império Russo, lutavam contra a Alemanha e o Império Otomano, foi firmado um acordo secreto em que todos os judeus da Europa seriam degradados para a Palestina. Este pacto foi denunciado pelos Bolcheviques após a Revolução Russa em 1917. É bom informar que metade da cúpula do Partido Bolchevique era formada por judeus. Mesmo antes da criação do Estado de Israel, os soviéticos haviam cedido uma área da Sibéria na divisa com a China para as comunidades judaicas. A expulsão dos judeus da Europa acabou não ocorrendo, porém a Inglaterra, que colonizou a Palestina, após a Primeira Guerra, incentivou a ida de judeus para a região, onde começaram a formar os primeiros Kibuts.

Depois da Segunda Guerra, já em 1947, a Inglaterra propôs a ONU a formação de um Estado de Israel, na região da Palestina. Ficou acertado que haveria dois países, metade seria Israel e metade Palestina. Os americanos, a única potência intacta após a guerra, se comprometeram a ajudar financeiramente a construção do novo país. De modo que houve uma migração em massa de judeus para o novo país. A população Palestina de uma hora para outra tornou-se estrangeira em sua própria terra. Se por um lado havia ajuda financeira para Israel, nada foi oferecido aos palestinos para deixar o país. Acabaram expulso. Primeira diáspora palestina. O sionismo moderno (que NÃO é compartilhada por os judeus) acredita que todas as terras conquistadas por Saul e Davi, mantida por Salomão, pertence a Israel. É uma área que compreende toda Palestina e Jordânia, sul do Líbano e da Síria e parte do Egito. A História diz que Israel manteve este território por pouco mais de um século. Depois disso seus domínios nunca mais foi o mesmo. Terminando por formar dois pequenos reinos: O reino de Judá e Reino de Israel. O mais irônico é que a chamada “Faixa de Gaza” em nenhum momento histórico pertenceu a Israel.

A ideia de que os judeus dominam grandes fortunas nos Estados Unidos e Europa não passa de um mito. Existe muito Judeus ricos, é claro. Mas há árabes ricos, também. Porém grande parte da oligarquia financeira mundial não são árabes nem judeus. Nem ao menos tem hegemonia norte-americana.

Para concluir precisamos entender qual o papel de Israel na geopolítica mundial. O que parece é que a oligarquia financeira mundial está aproveitando a história (ou lenda?) bíblica que os hebreus foram um povo eleito e recebeu do próprio Jeová as terras de Canaã, para semear discórdias no Sudoeste da Ásia e controlar o maior polo energético do mundo.

O sionismo está longe de ser unanimidade entre povo judeu ao redor do mundo, de tal forma que muitos têm sido presos nos últimos dias nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha, por gritarem em grades manifestações: NÃO EM MEU NOME!

Quanto as mim, minha quarta parte árabe se encontra indignada com o que ocorre na Palestina. Minha quarta parte Judaica também grita NÃO EM MEU NOME. Já minha outra metade japonesa e italiana me dá serenidade para pesquisar como chegamos a este ponto e escrever este artigo para vocês.

 

Para terminar, aproveito minha pós-graduação em genética para afirmar que pelo menos metade da população mundial é descendente de Abraão e Jacó. Portanto o judaísmo é ap enas uma religião.


Um comentário:

Gabriel Ide disse...

Excelente leitura! Obrigado!