sexta-feira, 14 de junho de 2019

A CABEÇA DA SERPENTE


              O país está em crise! Quase todos os setores da economia vêm sofrendo retração. Seja indústria, transporte, comércio, serviços em geral, até mesmo o setor de comunicação. O setor de agronegócio luta para puxar o carro para frente. Porém, não é segredo para ninguém que o setor mais lucrativo no Brasil na atualidade é bancário.

            O país está em crise! Mas, na verdade a raiz da crise não está na economia em si. Esta crise é fabricada politicamente pelos governos. Como?

Por lei, como em todos os países, todos os bancos comerciais depositam durante a noite grande parte de seu dinheiro em caixa no Banco Central (entre 70% a 90%, por exemplo). Este depósito compulsório é necessário para evitar a “expansão monetária”, que não cabe explicar no momento. Para evitar “prejuízo” aos bancos, o governo remunera estes depósitos com o percentual da famosa taxa SELIC, a taxa de juros mais alta do mundo! Desta forma a dívida do governo aumenta exponencialmente.

Com taxas de juros tão altas, os outros setores da economia não teriam prejuízos? Realmente, se levarmos a função social do setor financeiro, quanto maior a taxa de juros, pior para o setor produtivo. Exemplificando como deveria funcionar:

Eu sou um comerciante, dono de um botequim. Vou ao banco e peço um empréstimo para comprar latinhas de cervejas. Peço R$1.000,00 para pagar em trinta dias. Os juros bancários são de 100% (só exemplo). Compro mil latinhas a um Real cada, e vendo em quinze dias a dois reais a lata. Compro mais mil latinhas e vendo-as nos outros quinze dias. No mês arrecadei quatro mil Reais. Dois mil eu pago ao banco, mil Reais utilizo como capital de giro e outros mil Reais é o lucro líquido. Estão acompanhando?

Agora veja como funciona na realidade: Como a taxa de juros está muito alta, o dono do bar não é incentivado mais a pedir empréstimo para expandir seus negócios. Ele aproveita e pega seus mil Reais e aplica no banco, pois a rentabilidade é maior do que ganharia no comércio. Por outro lado ele não fecha seu estabelecimento porque especulação financeira é investimento de risco. Desta forma há uma relação promíscua entre o setor produtivo, que não cresce, mas não chega a ir à falência, e o setor financeiro.

Mas se os empresários do setor produtivo deixam de pedir empréstimo e ainda investem no setor financeiro, onde os bancos arrumam dinheiro para se manter, e ainda remunerar os investidores? Simples! Mantendo a taxa SELIC, do Banco Central do Brasil a mais alta do mundo. Desta forma a economia não cresce e os bancos cada vez têm mais lucros.

Os governos do PT, Lula e Dilma, não tiveram força para mudar este quadro. Na verdade parte deste processo vem de fora do país para dentro, outra parte do problema é que os governos progressistas sempre dividiram o poder com a centro-direita, e o pior com políticos fisiológicos. A Resistência a este estado de coisas culminou no golpe contra Dilma Rousseff e a prisão de Lula.

Um comentário:

Unknown disse...

Por isso é fundamental se trabalhar a conscientização da populaçao para se eleger um Congresso comprometido com ss causas sociais e Nacionalista/Progressista.