As análises políticas apresentadas
pela “grande mídia”, e até mesmo as mídias nem tão grande assim, inclusive as
chamadas “mídias de esquerda” são baseadas nos movimentos das personalidades
como Bolsonaro e seus asseclas, Omar Aziz, Renan Calheiros e demais membros da
CPI da Pandemia, além de membros do STF, Lula e lideranças de esquerdas. Este
modo de se informar não da realidade objetiva dos fatos. Uma análise do ponto
de vista geopolítico pode nos dá uma melhor noção do que está acontecendo no
país. É preciso ter uma visão global e sistêmica do que está acontecendo no
Brasil e quis são as tendências.
Sugiro ler: https://anudezdorei.blogspot.com/2019/07/geopolitica-aos-meus-olhos-i-como.html,
https://anudezdorei.blogspot.com/2019/07/geopolitica-aos-meus-olhos-ii-como-e-o.html,
https://anudezdorei.blogspot.com/2019/08/geopolitica-aos-meus-olhos-iii-como-o.html
Existem muitos interesses de grupos
com relação às eleições gerais no Brasil em 2022. Nosso país é mais importante
para a geopolítica mundial do que pensamos nós mesmos, brasileiros. Somos a
maior economia do hemisfério sul, com enorme influencia em toda América Latina
e África Ocidental. Somos o quinto maior território do mundo, com grande margem
para expansão agrícola, e somos a sétima população mundial, com grande
potencial de consumo e fornecimento de mão de obra. Desta forma, as eleições
gerais no Brasil estão na pauta de diversas forças no mundo (todas difusas, é
claro) como a oligarquia financeira internacional, o “Deep State” (estado
profundo que defende a ideia da “América para os americanos”) norte-americano,
os atlanticistas (que defende os interesses dos países do Atlântico Norte), a
“Nova Rota da Seda” (liderada pelos interesses chineses, russos e iranianos,
entre outros, com o objetivo de formar a “grande Eurásia”, ou seja, trazer a
Europa para os interesses econômicos asiáticos, se distanciando dos Estados
Unidos). Lembrando que estas divisões de correlação de forças mundial são
artificiais.
No
Brasil participam deste cabo de guerra, os ruralistas de um lado, trabalhadores
rurais e produtores familiares de outro. Os grandes capitalistas na área da
indústria, financeira e de serviços, além de grandes investidores
(especuladores) de um lado e os trabalhadores de outro.
O capitalismo pode ser simplificado
no paradigma, tudo é negócio, tudo é mercadoria. Se formos tomar o sistema
capitalista no mundo como uma só entidade, podemos inferir que cada país é uma
grande empresa, com seus conselhos (deliberativo, fiscal, etc.) e sua
diretoria, sendo que o presidente da república é a figura que gerencia os
negócios. Deste modo, mesmo governos de esquerdas como os de Lula e Dilma no
Brasil, todas as deliberações tinham como objetivo fortalecer o sistema burguês
no Brasil e no mundo. Todo governo em países capitalistas são sempre apoiados
por setores da burguesia, mesmo que não haja consenso. Quando um governo vai de
encontro às classes dominantes, estes são sumariamente golpeados, como aconteceu
com Dilma Rousseff. Em 2018 amplos setores das classes hegemônicas (nem tosos)
não queriam a volta do PT à presidência do Brasil. Havia uma extensa pauta
entreguista a cumprir, principalmente para beneficiar o decadente capital
norte-americano. Na impossibilidade de eleger um candidato visceralmente
comprometido com uma agenda entreguista, optou-se por Bolsonaro e seu
economista sofrível (até para o sistema) Paulo Guedes.
Abro parêntesis para dizer que todos os governos nas democracias burgueses são
corruptos por definição. Se 99% da população de um país é formado por
trabalhadores e pequenos empreendedores, então por que os governos,
invariavelmente, governam para os outros 1%. Oportunamente escreverei sobre
este assunto com mais detalhes.
Acontece que Bolsonaro é uma representante do lumpesinato, e estes ascenderam
ao poder. Não está fácil a burguesia administrar um Brasil, dividindo o poder
com interesses de milicianos e outras excrescências que sempre viveram à margem
da sociedade. Em 2022 há duas grandes vertentes: Bolsonaro de novo ou Lula de
novo. A um ano das eleições ainda não existe como viabilizar outras opções.
Como mexer as peças neste xadrez?
Se
voltarem a prender Lula ou este vier a faltar haverá nova polarização Haddad x
Bolsonaro. Se fizerem o impeachment do atual presidente, Lula pode vencer no
primeiro turno. A melhor aposta é fazer a popularidade de Jair Bolsonaro cair a
ponto de nem chegar ao segundo turno. Desta forma uma terceira via seria possível.
Talvez seja este o jogo de Ciro Gomes, que pretende chegar ao segundo turno e
vencer com os votos bolsonaristas. De outro lado o sistema quer negociar com
Lula algumas concessões em troca de uma mandato tranquilo, fechando com chave
de ouro seu currículo de maior estadista do Brasil de todos os tempos.
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