Tudo começou quando um jornalista
judeu húngaro Theodor Herzl liderou uma campanha internacional
para criar uma Estado Judaico na última década do sec. XIX. Sob o lema “uma
terra sem povo para um povo sem terra”, iniciou-se, assim o movimento sionista,
uma alusão ao Monte Sião na Palestina.
Não podemos confundir “semita” com “sionista”.
Semita cientificamente designa um ramo linguístico (que inclui hebraico,
aramaico e árabe) ou uma etnia (árabes e hebreus). Hoje é utilizado para
designar os judeus, em geral. Sionismo é uma ideologia, que, inclusive, não tem
unanimidade entre os judeus. Portanto não se pode confundir “antissionista” com
“antissemita”, sendo esta última uma forma de racismo.
O principal argumento histórico para o
antissemitismo é que foram “os judeus quem mataram Jesus Cristo”. Embora esta
afirmação esteja longe da realidade, pois o próprio Jesus era judeu. Soma-se a
isto o fato que quase todos os seguidores do Messias, quando vivo, também tinham
origem hebraica.
O antissemitismo, desde a diáspora ocorrida no
sec. I AC, sempre esteve presente nas civilizações ocidentais. Na idade média
os judeus eram discriminados não só por não professarem a religião predominante
na Europa, como pela tendência de se segregarem. Porém eram tolerados devido às
suas atividades financeiras. No cristianismo não se poderia emprestar dinheiro
à juros, o que se considerava pecado de usura. Por outro lado, na religião judaica
tal ato era permitido. Assim os judeus tornaram-se os precursores dos banqueiros.
Esta situação mudou com a Revolução Industrial,
quando os cristãos passaram a concorrer com os judeus na atividade financeira.
Os judeus passaram a ser expulsos da Europa Ocidental, onde a atividade
mercantil estava mais desenvolvida e tiveram que migrar para a Europa Oriental
e Rússia, onde o capitalismo ainda era insipiente.
Após o início da “Idade Contemporânea” (depois
da Revolução Francesa) a intolerância religiosa começou a diminuir em toda a
Europa, porém o mesmo não ocorreu contra os judeus. É bom recordar que os
judeus vivam em guetos, separados da população local, e falavam um idioma
próprio, o ídiche. Eles eram considerados arrogantes pelas populações nativas,
por se considerar o único povo eleito por Deus. Frequentemente as populações se
reuniam para fazer verdadeiros massacre nos guetos judaicos. Eram os chamado “pogrom”.
Não poupavam nem mulheres nem crianças! Tudo porque os “judeus mataram Jesus”!
No início do século XX era clara a intenção dos
governos europeus de expulsarem os judeus. Cabe esclarecer que as ideias de Theodor
Herzl não visavam levar o povo judeu de volta para a Palestina. Uma “terra
sem povo” se referia a lugares desabitados com a Patagônia, Amazônia ou a
Sibéria.
Durante a Primeira Guerra Mundial, onde os
Ingleses, Italianos e Império Russo, lutavam contra a Alemanha e o Império
Otomano, foi firmado um acordo secreto em que todos os judeus da Europa seriam
degradados para a Palestina. Este pacto foi denunciado pelos Bolcheviques após
a Revolução Russa em 1917. É bom informar que metade da cúpula do Partido
Bolchevique era formada por judeus. Mesmo antes da criação do Estado de Israel,
os soviéticos haviam cedido uma área da Sibéria na divisa com a China para as
comunidades judaicas. A expulsão dos judeus da Europa acabou não ocorrendo,
porém a Inglaterra, que colonizou a Palestina, após a Primeira Guerra, incentivou
a ida de judeus para a região, onde começaram a formar os primeiros Kibuts.
Depois da Segunda Guerra, já em 1947, a Inglaterra
propôs a ONU a formação de um Estado de Israel, na região da Palestina. Ficou
acertado que haveria dois países, metade seria Israel e metade Palestina. Os
americanos, a única potência intacta após a guerra, se comprometeram a ajudar financeiramente
a construção do novo país. De modo que houve uma migração em massa de judeus
para o novo país. A população Palestina de uma hora para outra tornou-se estrangeira
em sua própria terra. Se por um lado havia ajuda financeira para Israel, nada foi
oferecido aos palestinos para deixar o país. Acabaram expulso. Primeira
diáspora palestina. O sionismo moderno (que NÃO é compartilhada por os judeus)
acredita que todas as terras conquistadas por Saul e Davi, mantida por Salomão,
pertence a Israel. É uma área que compreende toda Palestina e Jordânia, sul do Líbano
e da Síria e parte do Egito. A História diz que Israel manteve este território
por pouco mais de um século. Depois disso seus domínios nunca mais foi o mesmo.
Terminando por formar dois pequenos reinos: O reino de Judá e Reino de Israel.
O mais irônico é que a chamada “Faixa de Gaza” em nenhum momento histórico
pertenceu a Israel.
A ideia de que os judeus dominam grandes
fortunas nos Estados Unidos e Europa não passa de um mito. Existe muito Judeus
ricos, é claro. Mas há árabes ricos, também. Porém grande parte da oligarquia
financeira mundial não são árabes nem judeus. Nem ao menos tem hegemonia
norte-americana.
Para concluir precisamos entender qual o papel
de Israel na geopolítica mundial. O que parece é que a oligarquia financeira
mundial está aproveitando a história (ou lenda?) bíblica que os hebreus foram
um povo eleito e recebeu do próprio Jeová as terras de Canaã, para semear
discórdias no Sudoeste da Ásia e controlar o maior polo energético do mundo.
O sionismo está longe de ser unanimidade entre
povo judeu ao redor do mundo, de tal forma que muitos têm sido presos nos últimos
dias nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha, por gritarem em grades
manifestações: NÃO EM MEU NOME!
Quanto as mim, minha quarta parte árabe se
encontra indignada com o que ocorre na Palestina. Minha quarta parte Judaica
também grita NÃO EM MEU NOME. Já minha outra metade japonesa e italiana me dá
serenidade para pesquisar como chegamos a este ponto e escrever este artigo
para vocês.
Para terminar, aproveito minha pós-graduação em genética para afirmar que pelo menos metade da população mundial é descendente de Abraão e Jacó. Portanto o judaísmo é ap enas uma religião.
Um comentário:
Excelente leitura! Obrigado!
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