Estou acompanhando, estupefato, a “greve” da Polícia
Militar no Ceará! O rei ficou peladíssimo!... Tenho três considerações a fazer.
O título de Senador da República e ex-governador
confere muita autoridade, mas não substitui o colete a prova de balas. O que
Cid Gomes estava fazendo naquela retroescavadeira? Derrubando o portão do
quartel da PM em Sobral? Alguma vez como governador mandou a polícia derrubar o
portão de uma escola durante a greve de professores? Além de temerário foi um
ato arbitrário! A consequência disso foi levar dois tiros no peito.
A segunda coisa é que policial
militar não faz greve. Greve quem faz são trabalhadores civis. Militar faz
motim. E isto é crime militar. Bem fez o Governador Camilo Santana, determinar
a suspensão de todos os envolvidos no motim e responderão a inquérito policial
militar. Governador de estado é o comandante em chefe das polícias militares.
Todos os envolvidos têm que ser afastados sumariamente.
A terceira é que a militarização da
polícia é algo obsoleto. Sabemos que nossos policiais são mal treinados, mas
mesmo que recebessem um bom treinamento não seriam eficientes. A hierarquia
rígida e a obediência cega às ordens superiores retira o espírito crítico dos
militares de baixa patente, colocando em perigo sua própria vida e a da
população civil. O perigo constante leva muito dos policiais militares a se
corromperem. Um acordo de cavalheiros com a bandidagem, em curto prazo, poupa os
policiais dos bandidos e passam a ter uma “complementação salarial”, porém os
colocam como refém. Uma polícia civil, mais técnica, seria muito mais eficiente
no combate à criminalidade. As operações poderiam ser planejadas com todo corpo
policial, e no momento da ação todos teriam liberdade (porém com
responsabilidade) para agir.
E teriam direito a greve.
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