Até parece que o Brasil voltou a ser o país do jogo do bicho. Só que agora só há três bichos: Lula, Marreco e
Avestruz. Mas infelizmente tal análise não procede. A biodiversidade neste
nosso país, como sabemos, é muito grande para nos restringirmos a estes três
animais.
Nem todos que reconhecem a inocência
do Lula são apoiadores de Lula. Nem todos que acham que a Lava Jato é uma farsa
são apoiadores do Lula. O Ministro do STF Gilmar Mendes, por exemplo, é um
grande crítico de Moro e da Lava Jato, e os petistas o acusam de defender os
aliados de Fernando Henrique Cardoso. Existem centenas, senão milhares de
outros exemplos.
Não cabe aos admiradores do trabalho
do juiz “Marreco de Maringá”, como Sérgio Moro é apelidado pelos seus
opositores, devido sua voz característica, cultuá-lo como um herói. A função de
um juiz é o julgamento em cima da análise dos fatos. Trabalho “heroico” pode
ser do ministério público, que busca nas profundezes do baú a prova definitiva
contra o réu. “Heroica” é a defesa, que vai até o infinito em busca de um álibi
para rebater a prova. A mídia, ao longo do tempo, sempre colocou a Lava Jato
como uma contenda entre o Juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Mas... como em um jogo de futebol, uma luta de judô, ou qualquer
outro esporte, há mais alguém imprescindível, além dos competidores, sem o qual
ninguém pode ser considerado vitorioso. QUEM “APITOU” O JOGO LULA X MORO?
Moro sempre disse que a ação da
mídia era fundamental para o sucesso da Lava Jato. Porém podemos ver que a própria
mídia induziu à população um erro de valores. Colocado nas versões conforme foi
publicado, só existe um resultado: CULPADO OU INOCENTE LULA SERIA PRESO. Como o
juiz Moro se deixou levar pelos meios de comunicação o resultado não poderia
ser outro. Sentiu-se lisonjeado aos receber um prêmio das Organizações Globo
pelo seu trabalho. Esta disputa, que deveria ser entre Deltan Dallagnol e a
defesa de Lula, acabou por ser desviada do sentido original. Prender Lula era
uma questão de honra. Se não o prendesse estaria desmoralizado.
Este raciocínio lógico-matemático
nos leva a crer que os vazamentos do jornalista (também premiado) Glenn Grenwald
mostrando que o juiz Sérgio Moro foi, na verdade, um acusador faz todo o
sentido.
E o avestruz, onde entra? A figura
do avestruz é a parte da população que ficou alheia a tudo. Que teve decepções
em suas escolhas políticas. Que nunca entendeu que o “poder corrompe”.
Fazendo um parêntesis, sabe que não
pode existir democracia sem um mínimo de corrupção? A lógica é a seguinte: se a
maioria da população que vota é pobre, como um candidato eleito pode governar
para os ricos? A corrupção em um país é inversamente proporcional à distribuição
de renda. Na Noruega, Suécia, e outros países Nórdicos a corrupção é pequena.
Entre os países desenvolvidos os americanos estão entre os mais corruptos. A
corrupção é maior em muitos países da América Latina e da África que no Brasil.
Mas voltando aos avestruzes. Quando
a população alienada acordar e entender o que foi a Lava Jato, não
obrigatoriamente serão Lulistas ou petistas, mas vão querer reparação de todos
os males sociais e econômicos provocado Pela operação Lava Jato.
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