quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

PAPAGAIO COME MILHO, PERIQUITO LEVA A FAMA.






            A grande mentira que corre pelo Brasil é que o PSDB está liderando um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. A chamada oposição está sendo levada de reboque. A verdade é que outro partido político está de olho no mais alto cargo executivo. O grande problema, que apesar do forte apoio da mídia oligopolizada e cartelizada, o PMDB não tem como justificar, por enquanto, o impedimento da nossa mandatária.

            É sabido que o PT foi obrigado a abrir mão de sua candidatura natural para substituição do Presidente Lula. Acusado de envolvimento no escândalo do “mensalão”, José Dirceu teve seu mandato de deputado cassado. O ano era de 2008. Lula, na época, contrariando a lógica, apostou todas as fichas em sua desconhecida Ministra das Minas e Energia. Por que ela? Afinal, Dilma Rousseff, além de ser só conhecida (e mal) no Rio Grande do sul, era filiada ao PT apenas há sete anos. Ela era oriunda do PDT, saiu por discordâncias com o antigo partido em seu estado, porém continuou com o mesmo apreço e a mesma admiração pelo Governador Leonel Brizola. A grande sacada de Lula foi colocar no poder uma discípula de seu rival Leonel Brizola. O PT, naquele momento, não teve ânimo para contestar.

            Leonel Brizola sempre foi muito zeloso pelo bom nome de seu partido. O líder estava mais propenso a aceitar em seus quadros elementos conservadores, como Jaime Lerner, do que políticos com reputação duvidosa como César Maia, Marcello Alencar e Garotinho. O Velho Briza não admitia corrupção dentro do PDT! Para isso ele colocava uma espécie de parede entre ele e os corruptores. Dilma Rousseff parece que aprendeu com ele. A então Ministra tinha outros atributos, como espírito de liderança, competência e inteligência, além de ser muito culta.

            Como instaurar um processo de impedimento de uma presidenta se não existe nada concreto contra ela? Ela sabia de tudo, portanto foi omissão? Esta tese é fácil de contestar: Imagine o presidente de uma associação de moradores em uma favela do Rio de Janeiro. Mesmo que ele não tenha nenhuma ligação com o trafico de drogas ou com a milícia ele sabe quem são e o que estão fazendo. Então porque não denuncia? Basta citar um conhecido ditado: “quem tem c* tem medo!” O problema da oposição é que existe jurisprudência sobre isso. Por outro lado, durante as gestões Gabrielli e Foster na presidência da Petrobrás, muitos inquéritos administrativos foram instaurados, muitos funcionários foram demitidos ou exonerados, muitos destes inquéritos foram parar na Polícia Federal. Mas, no caso da do chamado escândalo da Petrobrás, objetivamente não existem denuncias nem contra Dilma, nem contra Graça Foster. Caso o congresso instaure um processo de impedimento teria que se basear em uma série de sofismas difíceis de serem engolidas pela opinião pública mesmo adoçada pela grande mídia.

            Atualmente o Senador Fernando Collor de Melo é da base aliada do governo. Não é difícil para qualquer deputado petista levantar a bandeira que um processo de impedimento exige muita responsabilidade do Congresso. E como exemplo citar que o ex-presidente foi injustiçado. Com efeito, Collor foi absolvido na justiça de todas as acusações. Portanto não seria de se estranhar se algum historiador classificar a deposição de Collor como “golpe parlamentar”! Para haver impedimento é necessário que os crimes e irregularidades sejam irrefutáveis. De outro modo é golpismo.

            Não posso informar com precisão sobre as correlações de forças na política nacional, no momento. Para quem está de fora parece que o Partido dos Trabalhadores perdeu a hegemonia no governo do país. Este papel vem sendo desempenhado de fato, embora de forma subliminar, pelo PMDB. Para isso o partido do vice-presidente conta com o apoio dos partidos de oposição, como o PSDB, que tem interesse de isolar o PT. Neste caso acredito que falta ao presidente Lula e ao PT, a mesma humildade e visão política de 2008, quando José Dirceu foi substituído Por Dilma como pré-candidato à presidência da república. As lideranças do PT deveria se reunir com o PMDB e elaborar um novo programa de governo para a administração Dilma/Temmer. Assumir publicamente um governo de coalizão dos dois partidos. Exigir a presença do vice ou seus representantes nos eventos públicos. É claro que o Vice Michel Temmer passará a ter muita notoriedade podendo ser um dos presidenciáveis em 2018. Mas Luiz Inácio Lula da Silva ainda é um nome a se batido.

            Para terminar vou improvisar uma anedota e fechar com um provérbio.

            Um homem, mesmo sabendo ser cardiopata, jamais cuidou de sua saúde, comia tudo que aparecia pela frente, bebia e fumava. No trabalho não poupava estresse, pois necessitava de recursos para bancar a si próprio. Um dia teve um ataque e foi parar no hospital. Só não morreu porque fez um transplante.

            - Assim que saiu do CTI para o quarto o médico foi visitá-lo;

            - Bom! Agora você vai ter que cuidar do coração novo. Não vai poder comer alimentos pesados, vai parar de fumar, beber e procurar ter uma vida mais tranquila.

            - Doutor, respondeu ele, quando o coração era meu eu não cuidava dele, agora que é de outra pessoa acha que eu vou cuidar?

            Esta é a situação do Brasil hoje: O PMDB está governando de fato e quem está levando a culpa das medidas impopulares é o PT.

            PAPAGAIO COME MILHO, PERIQUITO LEVA A FAMA!

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