sábado, 21 de fevereiro de 2015

COMO FUNCIONA O PROCESSO DE IMPEACHMENT NO BRASIL


            Inicialmente por iniciativa de um deputado é elaborado um pedido de impeachment, no qual leva a assinatura de diversos parlamentares que apóiam o processo. Este pedido é levado ao presidente câmara (hoje deputado Eduardo Cunha - PMDB/RJ). Cabe a este decidir se o pedido será arquivado ou será levado à apreciação dos deputados. Esta primeira fase é mais comum do que se pensa: Durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff foram encaminhados catorze pedidos, todos rejeitados.

          Caso o presidente da Câmara decida pela continuidade, o pedido é apresentado par apreciação dos deputados. Dois terços dos deputados (342 votos) deverão votar pelo prosseguimento, caso contrário o pedido será arquivado. Posteriormente o pedido será encaminhado ao Senado, que também deverá ser aprovado por dois terços dos senadores (54 votos favoráveis). A seção do senado será presidida pelo presidente do STF (atualmente Ministro Ricardo Lewandowsky).

            Passado estes trâmites, inicia-se o processo de impeachment, que terá 180 dias para ser julgado. Durante este período o Presidente da República é afastado do cargo, assumindo o Vice Presidente (hoje Michel Temer/PMDB). No caso do Vice também estar sob julgamento, assumirá o presidente da Câmara.

            As punições será a perda de mandato simples, ou perda de mandato e inelegibilidade por oito anos (Caso de Fernando Collor de Melo).

            No caso de impeachment, assumirá o Vice Presidente. Se o Vice presidente também for punido, assumirá, provisoriamente, o presidente da Câmara. Caso este esteja também impedido ou não queira assumir, na linha sucessória estão o Presidente do Senado (Renan Calheiros) e o Presidente do STF (Ricardo Lewandowski).

            No caso de impeachment, o Vice Presidente governará até o final do período de mandato. Nos outros casos haverá uma nova eleição: se o impeachment ocorrer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, haverá eleições diretas em dois turnos. Se ocorrer nos dois últimos anos, o novo presidente será eleito pelo congresso.

            Como se pode observar um processo de impeachment é altamente traumática para o Brasil, tanto político, social ou economicamente. Este procedimento só pode ser recomendado em casos extremos, como ficar claro que o presidente trata-se de um criminoso (o que não foi o caso de Collor, um erro!), falta-lhe moral e ética para o cargo, de tal forma que sua permanência seja extremamente danosa para o país.

            Embora o processo de impeachment seja mais político que jurídico, não é recomendado para um mal governante, pois o remédio faz mais mal à saúde do país que a própria doença. Deste modo, seja qual for o ponto de vista, o processo de impeachment não se aplica para a Presidenta Dilma Rousseff, e, por enquanto, nem ao Governador do Estado do Paraná, Beto Richa (PSDB).

 

Fonte: Jornal Estado de São Paulo (Estadão Conteúdo).

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