É muita ilusão pensar
que as decisões de um país sejam feitas diretamente por seus governantes. É
sabido que Biden, por exemplo, já se encontrava senil quando foi eleito
presidente dos Estados Unidos. Seu governo não foi comprometido por este pequeno
detalhe: Biden nunca comandou a grande potência do Norte! Suas faculdades
mentais não lhe permitiam tomadas de decisões. Ele só não é candidato à
reeleição porque sabiam que ele não tem condições de disputar, em termos de
votos. O que os estadunidenses não sabem, em sua maioria, é que não há uma
verdadeira democracia em seu país. O nome “plutocracia” cairia melhor. Governo
dos ricos e poderosos! Em maior ou menor grau grande parte das nações modernas
impera um regime plutocrata. O Lula sabe disto desde que perdeu a primeira
eleição para presidente em 1989. Bolsonaro teve um chilique quando descobriu
isto!
Tenho visto
intelectuais de esquerda, pessoas bem politizadas, fazendo duras críticas duras
ao terceiro governo do Presidente Lula. Talvez seja mesmo difícil entender como
uma pessoa mais velha e experiente, depois do sucesso de uma presidência que
quase lhe deu unanimidade, após passar mais de um ano preso injustamente tenha
feito um governo tão conservador.
Alguns até tenta
justificar que o pensamento do Lula não é o Governo Lula. O que o presidente
diz, em suas entrevistas ou encontro como com políticos e empresários, não é o
que a pessoa física pensa, mas o que sintetiza as ações do governo.
A grande
virtude do Presidente Lula é saber andar com maestria na corda bamba: Aumentar
o crescimento industrial sem esquecer do agro. Diminuir a desigualdade social
sem mexer nos lucros dos empresários. Manter um crescimento econômico a
despeito das altas taxas de juros, fazendo a delícia dos rentistas. Não creio
que Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, vá abaixar a taxa
CELIC abaixo de 5% de juros reais. Isto é maior que o rendimento da caderneta
de poupança. Para quem não parou pra pensar, a taxa CELIC é o percentual que o
governo paga de juros pela dívida pública. Isto sai de nossos impostos!
Lula tem que promover o crescimento econômico, seja
incentivando as empresas que já atuam no país a reinvestir e ampliar seus
negócios, assim como atrair novas empresas e capitais para dentro do Brasil.
Tudo isso aumentando a renda dos trabalhadores. Um incremento nos salários,
aumenta o poder de compra, diminuindo a dependência das exportações.
“Educação não é gasto. É investimento!” Investir em todos
os níveis da educação é fundamental para desenvolvermos tecnologia nos mais
diversos campos do conhecimento. Com o tempo poderemos substituir vários itens sensíveis
de importação.
A reforma do sistema tributário promovida pelo atual
governo está longe de ser o ideal para as classes trabalhadoras, mas é algo que
não foi conseguida nem pelos governos mais conservadores do país. Na verdade,
nosso sistema tributário é bastante complexo, o que inibe um pouco
investimentos externos. A queda de braço agora é a taxação de grandes fortunas
e cobrança de impostos sobre dividendos.
Mas o grande desafio do Lula na política externa. O Brasil
é muito grande para se esconder. Bolsonaro que o diga!
Os Estados
Unidos estão em guerra declarada para não perder a hegemonia no mundo. Ou no
que restou do mundo. Conseguiu, como se vê na Guerra na Ucrânia, por exemplo, fazer
com que a Europa se tornasse submissa aos seus interesses. Isto porque o
capitalismo é transnacional, fazendo que os interesses internos dos países
europeus ficassem em segundo plano. Porém por quanto tempo? As oligarquias
financeiras internacionais têm atrelado a Europa, Canadá e Austrália aos interesses
hegemônicos atlanticistas, com sede em Washington. Porém a Zona do Euro não
consegue mais esconder sua crise econômica. Suas ex-colônias na África, antes
com grande dependência de suas antigas sedes, agora se voltam para a China. O
grande país asiático cada vez mais intensifica seu comércio e aumenta seus
investimentos na África. A médio prazo muitos países seguirão um dos dois
caminhos: O primeiro à esquerda, onde socialistas e comunistas, à revelia dos interesses
hegemônicos tentarão desenvolver seus países de forma independente,
beneficiando, principalmente os trabalhadores. A segunda pela extrema direita,
vem o neofascismo, com interesses xenófobos e extremamente nacionalistas,
contrariando, também, os interesses atlaticistas.
Mais que
nunca, os interesses imperialistas estadunidense, recairá na manutenção de seu
quintal. Sem a África, sem a Ásia e, futuramente, sem a Europa, caberá aos
Ianques exercerem seu poder na América Latina.
Como já
disse antes, o Brasil é muito grande para se esconder. A China é o maior
parceiro comercial do Brasil. Nosso país é muito dependente da exportação de grãos
e proteína. Os Estados Unidos não têm como tomar este mercado da China, pois
seu próprio país é também exportador de milho e soja para a própria para o
Grande País Asiático.
A
presença do Brasil nos BRICS é tolerada em função disso. Nem o governo capacho
anterior conseguiu diminuir a nossa importância nos BRICS. Porém nesta última
reunião a posição do nosso país com relação à entrada da Venezuela deixou muita
gente, inclusive lideranças no próprio PT, indignados. Qual a razão desta
decisão? Como eu vejo nossa atitude desde as eleições em que Maduro derrotou Edmundo
Gonzales nas urnas.
De certa
forma a diplomacia brasileira tem feito jogo duplo. “O resultado das eleições
foi inconclusivo”. Desta forma não se pode falar em fraude. Nós não demos legitimidade
para Edmundo Gonzales reclamar a presidência. Isto dificulta a intromissão dos
EUA e das potências europeia nos assuntos internos do país vizinho. Já que eles
se comprometeram a acatar o que foi conversado no “Acordo de Barbados”. Por
outro lado, não deixa margem para afirmar que o governo do PT está apoiando “um
governo ditatorial”.
A não inclusão
da Venezuela no grupo dos BRICS ampliados já era esperado por Maduro, que,
diplomaticamente, não chegou a acusar o Brasil de vetar sua entrada, embora as
declarações de Putin tenham deixado o Itamaraty em uma saia justa.
Lula tem
conduzido o Brasil com maestria e demonstra muita experiência em seu terceiro
mandato. Ele que faz hoje setenta e nove anos deidade se mostra um dos chefes
de estado mais lúcido do planeta terra!
PARABÉNS PRESIDENTE
LULA!