sábado, 5 de abril de 2025

O “REI” TRUMP AINDA NÃO ESTÁ NU.

 


Donald Trump não está louco e muito menos Elon Musk. Mesmo porque a taxação de importação provavelmente não foi ideia de Trump e nem de sua assessoria econômica. Setores do chamado “Estado Profundo” norte-americano já reivindicavam há algum tempo. Possivelmente chegou até um pouco tarde, porém não havia condições subjetivas para fazê-lo no primeiro governo Trump e nem no governo Biden.

1.    O déficit público Estadunidense é, de longe, o maior do mundo, ultrapassando trinta trilhões de dólares ou mais de 30% do PIB mundial. Taxar importações é uma forma de arrecadar impostos sem onerar a produção interna.

2.    As taxações não foram feitas de forma aleatória e nem se baseou apenas na reciprocidade. Levou-se em conta a balança comercial com cada um dos países com os Estados Unidos. Nos países em que os EUA eram deficitários a taxação foi maior, onde era superavitário a taxação foi de 10%.

3.    Para manter o Dólar como moeda padrão internacional não basta o poder das armas, é preciso que a moeda seja forte, se não de forma real, mas pelo menos “imaginária”. Este fenômeno fez com que os cidadãos estadunidenses tivessem acesso fácil à bens importados.

4.    Como o Dólar é uma moeda supervalorizada, a mão de obra interna tornou-se muito cara. Isto acarretou a desindustrialização do país. Era mais barato para as empresas norte-americanas produzirem fora dos Estados Unidos para depois importar. Esta medida poderá trazer de volta estas empresas, como poderá fazer com que aumente o investimento estrangeiro no país, compensando o grande déficit que os EUA têm com o mundo.

É preciso esclarecer que o imperialismo, mesmo atualmente, não é um sistema internacional, e sim globalizado. Isto significa que é um sistema cosmopolita, de onde surgem centros irradiadores do imperialismo global. Os Estados Unidos são o principal centro irradiador, que deve ser preservado a qualquer custo.

Talvez esta iniciativa do governo Estadunidense tenha sido um pouco tardia para conter o avanço econômico da China e do Sul Global, mas temos que nos lembrar que esta foi uma medida extrema, que sacrificou o Japão, Canadá, Austrália, Inglaterra e a União Europeia como um todo. É bom lembrar que estes países também vão taxar produtos dos EUA.

Não se sabe até que ponto a China vai sair perdendo com esta medida do Governo Trump. É certo que os chineses exportam muito mais do que importam dos norte-americanos, mas a China pode ganhar novos mercados nos países como Japão, Coreia, países europeus, Canadá e outros.

É bom lembrar que as medidas de Trump foi amplamente favorável ao Brasil. É certo que o Governo brasileiro vai espernear para não destoar do resto do mundo. Porém permanecendo a guerra comercial dos Estados Unidos contra o resto do mundo, muitas empresas vão preferir se estabelecer no Brasil, aproveitando mão de obra mais baratas e taxas menores de exportação. Por outro lado, parte da pauta de exportação de comodities dos Estados Unidos será suprida pelo Brasil, principalmente com a China.

Os Estados Unidos da América que com sua “Doutrina Monroe” sempre sabotou o desenvolvimento econômico, nos dá uma grande oportunidade. Agora cabe a nós desenvolvermos uma firme política de industrialização. Precisamos, primeiramente, investirmos em pesquisa. Muita pesquisa para sairmos deste atraso que nos impuseram!